Editorial
Desafios de uma cidade grande
Mario Martins | 02 de agosto de 2017 - 02:02
A redução no número de acidentes de trânsito exige muito mais do que simples campanhas educativas, propostas pelos governos municipal, estadual e federal, através de suas autarquias, secretarias e ministérios. A paz no trânsito é uma utopia, mas os índices de violência poderão ser reduzidos desde que a legislação seja mudada e cumprida, e que os organismos policiais efetivamente sejam estruturados e equipados para fazer frente aos motoristas irresponsáveis.
É certo afirmar que, além do aumento da frota de veículos (193 mil) e do crescimento populacional (341 mil habitantes), o crescimento desordenado do Município é outro fator que contribuiu para aumentar a insegurança nas ruas e estradas.
Duas importantes avenidas estão entre as vias mais perigosas e que concentraram o maior número desses acidentes – Carlos Cavalcanti e Vicente Machado. A primeira acumula 11 atropelamentos. Já a segunda nove.
São esses apontamentos que aumentam a importância do trabalho do Iplan. Vias alternativas para deslocamentos entre os bairros são necessárias. Essas ligações reduziriam a circulação de veículos na área central. Também haveria um ganho em segurança. Menos carros, motos, caminhões e ônibus circulando nessa região, diminuiria o número de acidentes.
O sistema viário é um desafio para qualquer gestor, mas em Ponta Grossa, que tem ruas estreitas e relevo acidentado, apresenta-se potencialmente problemático. Para organizá-lo, são necessários estudos e investimentos pesados, com a construção de viadutos, trincheiras e alargamento de vias. Uma cidade planejada é também uma cidade mais segura. O desenvolvimento urbano não pode desconsiderar projetos que objetivem a redução no número de acidentes.