Debates
Mudanças nas faixas de investimentos garantem menos inadimplência no Minha Casa Minha Vida
Da Redação | 28 de fevereiro de 2019 - 01:56
Por Marcelo Lage
Os rumos econômicos do Brasil em 2019 são bem vistos pelo
mercado da construção civil, mesmo com as mudanças previstas para programas
habitacionais como o Minha Casa Minha Vida.
Com o aperto fiscal, o menor orçamento em dez anos, na casa
dos R$ 4,6 bilhões, e restrições a concessão de subsídios à faixa 1,5 –
famílias com renda mensal de até R$ 2,6 mil –, o foco do programa será a classe
média brasileira, nas faixas 2 e 3 (respectivamente, de famílias com rendas
brutas de até R$ 4 mil e até R$ 7 mil).
Em paralelo, nesta faixa da população, o fato de a poupança
ter voltado a arrecadar recursos, com captação líquida de R$ 38,2 bilhões no
final de 2018, também é animador para o cenário.
Desde 2010, quando iniciamos nossa atuação na Região
Metropolitana de Curitiba, vimos que as crises econômicas e políticas trouxeram
perspectivas distintas para o mercado de construção de condomínios
residenciais. Os resultados do balanço de 2018, porém, foram bastante
encorajadores e abriram terreno para os lançamentos e entregas deste ano, que
ficaram acima da meta estabelecida para o exercício. Para 2019, as metas são
ainda mais ambiciosas e apontam um crescimento esperado relevante.
O maior enfoque dado agora às faixas 2 e 3 do Minha Casa
Minha Vida aponta justamente para o público alvo que buscamos ao oferecer
residências bem localizadas, com padrão de qualidade, sustentabilidade e ótimo
custo-benefício. É o caso, por exemplo, do residencial Piazza San Pietro, em
São José dos Pinais, que reúne todas essas características e foge do padrão
mediano que se costuma associar aos imóveis do Minha Casa Minha Vida. O mesmo
raciocínio vale para o Pinhais Park, o primeiro projeto enquadrado no programa
MCMV a receber o selo de certificação do GBC-Brasil, relativo aos quesitos de sustentabilidade
aplicados ao projeto.
Além disso, as faixas de investimentos 2 e 3 do programa
tradicionalmente garantem menor inadimplência, cujas taxas vêm subindo de forma
considerável na faixa 1. Segundo levantamento do Ministério das Cidades, os contratos
inadimplentes (com atraso superior a 90 dias) passaram de 129 mil moradores em
2014 para mais de 350 mil em 2018.
Com o mercado aquecido e financiamentos em dia, a
expectativa é que as construtoras possam dedicar mais investimentos à qualidade
e sustentabilidade de seus empreendimentos residenciais, para que o sonho da
casa própria se torne realidade sem dores de cabeça e em consonância com os
novos consumidores.
*Marcelo Lage é diretor da Valor Real Construções, empresa
que atua na construção de edifícios residenciais na Região Metropolitana de
Curitiba