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O desenvolvimento do raciocínio matemático

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Por Christiane Mazur Doi

O desenvolvimento do raciocínio matemático é essencial para compreendermos situações do dia a dia, como o cálculo de juros em financiamentos bancários; o balanço de receitas e despesas no orçamento doméstico; o sentido de gráficos em notícias de jornais; o significado de mapas com taxas de homicídios por 100 mil pessoas; e o rótulo de pacotes de biscoitos com o percentual de gordura trans. Ou seja, a Matemática é necessária para o entendimento do mundo em geral.

É nessa perspectiva que o PISA, exame internacional desenvolvido e aplicado pela OCDE (Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento), a cada três anos desde 2000, avalia o letramento em Matemática dos estudantes na faixa dos 15 anos. Usa-se o termo letramento, pois a prova não se baseia apenas em conteúdos curriculares, mas também em habilidades de análises e interpretações de enunciados contextualizados, de uso do raciocínio lógico para a solução de problemas, de emprego de pensamento crítico e de comunicação eficiente de ideias.

  A última edição do Pisa, realizada em 2015, mostra que os estudantes brasileiros estão entre os que apresentaram os piores resultados em Matemática, mesmo se comparados aos estudantes de outros países da América do Sul, como a Argentina, o Chile, a Colômbia e o Peru.

No Pisa, de acordo com a pontuação obtida, os alunos são classificados em: “nível 1” (de 358 a 420 pontos); “nível 2” (de 420 a 482 pontos); “nível 3” (de 482 a 545 pontos); “nível 4” (de 545 a 607 pontos); “nível 5” (de 607 a 669 pontos); e “nível 6” (acima de 669 pontos). Há a classificação “abaixo do nível 1” (menos de 358 pontos) para estudantes que não conseguem solucionar os enunciados mais simples do exame.

Se considerarmos apenas os países que participaram de todas as edições do Pisa desde 2000 até 2015, o Brasil é o que apresentou a menor média no período (369 pontos). Além disso, houve queda na pontuação brasileira de 2012 (391) para 2015 (377).

As 27 Unidades da Federação do Brasil aderiram ao Pisa em 2015, com 841 escolas e 23.141 alunos. A maior pontuação foi a do Paraná (406) e a menor foi a de Alagoas (339). No entanto, nenhuma Unidade da Federação do Brasil ultrapassou o nível mais baixo da classificação, o “nível 1” (de 358 a 420 pontos).

Mais preocupante é a situação de nove estados brasileiros (Alagoas, Amapá, Bahia, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins) que estão abaixo da classificação mínima, ou seja, “abaixo do nível 1”, com menos de 358 pontos.

Isso significa que muitos dos nossos alunos não conseguem entender informações diretas e executar ações óbvias para resolver problemas simples.

Se, como introduzido neste artigo, “o desenvolvimento do raciocínio matemático é essencial para compreendermos situações do dia a dia”, então o desempenho dos brasileiros no Pisa indica que precisamos de medidas que reparem nossa situação, a fim de formarmos indivíduos capazes de, realmente, exercer a cidadania.

Christiane Mazur Doi é Doutora em Engenharia, Mestre em Ciências, Engenheira Química e Licenciada em Matemática, com Aperfeiçoamento em Estatística.

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