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Famílias estão sem solução para o IPTU

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Por Péricles de Holleben Mello

A situação das pessoas que conquistaram suas residências pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, faixa 1, em Ponta Grossa, continua sem solução. A dívida do IPTU e taxas de serviços urbanos continua lançada em protesto e muitos moradores estão com seus nomes nos serviços de proteção ao crédito.

No entanto, como já destaquei em artigo publicado no mês de abril, a cobrança é indevida nesses casos, pois há lei municipal isentando de IPTU e taxas os moradores dessa faixa de renda abrangida pelo Programa Federal, ou seja, são isentas famílias que tenham renda de até dois salários mínimos e possuam casas com até 70 metros quadrados de área construída. A Prefeitura, nesse caso, usando de má fé, se aproveitou de um parágrafo na lei que obriga os moradores a comprovar seus rendimentos para obter isenção.

No entanto, o Município, como gerenciador do Programa, tem o cadastro de todas essas famílias e sabia previamente que elas são isentas. Ou seja, se as famílias não comprovassem para a Prefeitura (Prolar) que sua renda é inferior a dois salários mínimos, não poderiam sequer ter acesso ao financiamento do Programa.

Relatamos tudo isso à Defensoria Pública e a instituição promoveu uma reunião com a Prolar no último mês de março. Na ocasião, ficou determinado que as execuções fiscais seriam suspensas por seis meses e que a Prefeitura faria um levantamento das famílias que estão nessa situação. Além disso, a Prefeitura buscaria alternativas para anistiar as dívidas.

Chegamos a comemorar essa solução paliativa para o caso, mas o acordo não foi cumprido por parte do Executivo Municipal. 

Desde então, um projeto de lei que concedia anistia das dívidas de IPTU e taxas para esses casos foi aprovado na Câmara de Vereadores e depois vetado pelo prefeito. O veto foi analisado pelo Legislativo e acabou confirmado. Atualmente, outro projeto de teor semelhante tramita na Câmara sem um prazo para ser votado.

A justificativa para o veto da Prefeitura é de que não é possível ao Município renunciar receitas. Esse entendimento é questionável, pois não é possível cobrar impostos de contribuintes que preenchem os critérios de isenção, ainda mais se a Prefeitura tem conhecimento prévio da situação econômica dos mutuários.

À crise terrível que se abateu sobre o país, desemprego, perda do poder de compra e aumento de impostos, soma-se essa medida cruel da Prefeitura, fazendo com que esses trabalhadores pobres sofram quase que para além do suportável.

Retomamos o diálogo com a Defensoria e aguardamos um caminho para a solução do problema. De outro lado, lideranças comunitárias estão visitando todos os conjuntos habitacionais afetados e orientando as pessoas sobre como proceder nos casos de cobranças judiciais.

Também aguardamos o trâmite do novo projeto de lei na Câmara e convocamos os moradores à mobilização para sensibilizar os vereadores. Depois disso, é necessário pressionar a Prefeitura para que resolva de uma vez essa trágica situação.

Nesse momento de crise, a solidariedade e o bom senso devem prevalecer e a população não pode pagar por equívocos dos governantes.

 Péricles de Holleben Mello é Deputado estadual e ex-prefeito de Ponta Grossa

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