Cotidiano
Mortes no trânsito aumentam 12% no mês de dezembro
Especialistas alertam sobre os principais riscos de acidentes e óbitos nas estradas e sugerem ações simples para evitá-los
João Vitor Rezende | 13 de dezembro de 2018 - 02:51
Especialistas alertam sobre os
principais riscos de acidentes e óbitos nas estradas e sugerem ações simples
para evitá-los
Motivadas por férias escolares,
festividades e a alta temporada de verão, muitas famílias devem arrumar as
malas e pegar estradas nas próximas semanas. A espera por momentos de lazer
pode dar lugar a alguns transtornos e até mesmo tragédias, sobretudo por conta
do aumento do tráfego nas rodovias. Segundo o DATASUS, órgão do Sistema Único
de Saúde, em todo Brasil, mais de 3,5 mil pessoas morrem por mês no trânsito.
Em dezembro, principalmente nos últimos dias do ano, o número chega a aumentar
12%.
A começar pela estatística do
Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), que indica que 90% dos
acidentes de trânsito no Brasil são causados por falhas humanas, os fatores
associados à negligência estão entre os mais praticados por motoristas.
Verificar as condições de pneus e estepes antes das viagens, por exemplo,
diminui os riscos de perda de controle do veículo ao transitar nas estradas.
Outra atitude negligente é a falta de utilização de cadeirinhas e dispositivos
de segurança, que de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), são
equipamentos capazes de reduzir a mortalidade entre 70% e até 80% das crianças.
O uso de celular ao volante é
mais um ato preocupante. Dados da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego
(Abramet) indicam que esta é a terceira maior causa de fatalidades de trânsito
no país, responsável por tirar a vida de cerca de 150 pessoas diariamente.
Segundo a especialista em simuladores de direção e diretora da ProSimulador,
Sheila Borges, essa conduta também pode ser mudada. "A segurança das
pessoas deve ser tratada como prioridade. Bastam quatro segundos com o carro a
80 km/h para acontecer um acidente grave. Esperar até a próxima parada em algum
posto ou encostar o veículo em área permitida para responder mensagens e fazer
ligações é uma ação simples que pode fazer toda a diferença e ajudar a
preservar vidas", orienta.
Excesso de velocidade
No ano passado, de acordo com um
levantamento divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), somente nas
rodovias federais foram registrados 89,3 mil acidentes graves, que resultaram
em 6,2 mil mortes e 83,9 mil feridos. Destas eventualidades, o excesso de
velocidade foi responsável por pouco mais de mil óbitos e 9,6 mil feridos.
Para a especialista em educação
digital e diretora da Procondutor, Claudia de Moraes, a conduta imprudente está
inserida na cultura do motorista brasileiro. "Infelizmente, quando dirigem
com a velocidade acima do permitido, os condutores acreditam que nada pode
acontecer e que ultrapassar o limite é normal. Porém, em um simples desvio de
atenção no percurso ou até mesmo por conta da pressa, ele não enxerga um
motociclista no ponto cego, um pedestre ou animal nas vias e isso pode trazer
consequências irreparáveis", afirma Claudia.
Condições das estradas são obstáculos
Ainda que as falhas humanas
tragam os maiores prejuízos no trânsito, existem também outras causas que
contribuem com infrações e acidentes, como a precariedade das rodovias em
algumas regiões, má sinalização, buracos, entre outros.
Segundo a especialista em
mobilidade humana e gerente do Instituto Mobih, Viviane Chaves, departamentos e
órgãos de trânsito podem contribuir ainda mais com a diminuição desses índices.
"Debater medidas que tragam segurança e chamar a atenção da sociedade para
o número de acidentalidade e mortes no trânsito por meio de mais campanhas de
conscientização e ações educativas seriam fundamentais para mudar esse cenário",
conclui.
Informações Assessoria de
Imprensa