Cotidiano
Chuva deve retornar ao PR com a chegada da primavera
Chuva deve retornar ao PR com a chegada da primavera
Da Redação | 22 de setembro de 2017 - 00:23
A primavera começa às 17h02 desta sexta-feira (22) e termina
às 13h28 de 21 de dezembro. Segundo a previsão do Sistema Meteorológico do
Paraná (Simepar), o primeiro dia da estação será estável, sem chuvas, com
temperaturas altas em todas as regiões do Estado. A umidade relativa do ar fica
baixa, sobretudo na metade norte do Estado. Deve chover sábado no Oeste,
Sudoeste, Litoral e na Capital.
A distribuição das chuvas durante a nova estação deve acompanhar a média
histórica no Paraná onde a primavera se caracteriza pelo retorno das chuvas
abundantes. “Outubro inicia com um desvio positivo de chuvas ao longo da Bacia
do Rio Iguaçu com 50 a 70 milímetros acima da média”, informa o meteorologista
do Simepar, Cezar Duquia.
Nas demais regiões as chuvas ficam dentro da média climatológica histórica, com
variações mensais. Para novembro estão previstas chuvas dentro da média e em
dezembro devem ficar abaixo em todas as regiões paranaenses. Quanto às
temperaturas, a previsão é de comportamento na média no primeiro mês. Em
novembro e dezembro, devem variar entre a média e acima dela.
Há probabilidade de 55% a 60% de que o fenômeno climático La Niña comece a se
formar nesta primavera e se estenda durante o verão 2017-2018, conforme sugerem
simulações feitas pela maioria dos modelos climatológicos norte-americanos. É o
que indica o diagnóstico emitido no último dia 14 pelo Centro de Previsões
Climáticas da Administração Nacional Oceânica Atmosférica (NOAA).
Oposta a El Niño, La Niña resfria a temperatura das águas do Oceano Pacífico
tropical, central e oriental, provocando mudanças nos padrões de chuvas e
temperaturas em todo o planeta.
Duquia explica que como os eventos meteorológicos característicos da primavera
variam muito no tempo e no espaço, os valores podem afastar-se da média
pontualmente ou em algumas microrregiões. “As alternâncias nas condições
atmosféricas tendem a ser mais constantes – períodos sem chuvas podem dar lugar
a outros com chuvas rápidas de consideráveis volumes. “Nessa estação, as massas
de ar frio que se deslocam pelo Sul do continente são menos intensas do que as
do trimestre anterior e tendem a ser menos persistentes quando chegam ao
Paraná. As frentes frias que as antecedem podem causar tempestades localizadas
de pequena e média escala”, observa o meteorologista.
A estiagem e as altas temperaturas durante o inverno impactaram a agropecuária.
A semeadura do milho atrasou e a do feijão das águas foi comprometida na
maioria dos municípios devido à falta de umidade do solo. Na primeira florada
da cultura do café é esperado um elevado índice de aborto. As pastagens foram
prejudicadas, diminuindo a fonte de alimentos para animais de criação. Além
disso, aumentou a quantidade de queimadas em função do grande volume de
material vegetal seco com alto poder combustível.
De acordo com a pesquisadora do Simepar e do Instituto Agronômico do Paraná
(Iapar), Ângela Costa, o ar seco e as temperaturas elevadas aumentam a
necessidade de água das hortaliças. “Nesse cenário é preciso irrigar mais para
manter a qualidade e a produtividade das lavouras”, observa. Por outro lado, a
baixa umidade do ar desfavorece a proliferação de doenças, reduzindo a
necessidade de aplicação de agrotóxicos.