Dinheiro
Prédio de 50 andares confirma o potencial imobiliário de PG
Projeto da Construtora LCS, de R$ 80 milhões, foi aprovado pelo município e as obras deverão ser iniciadas dentro de um ano
Fernando Rogala | 13 de maio de 2017 - 06:51
O projeto do prédio mais alto de Ponta Grossa, e um dos
maiores do Paraná, está apto para ser consolidado. Após o trâmite legal junto
ao município, pelo Iplan e seu Conselho, foi emitido, nesta sexta-feira (12), o
alvará de construção para o ‘Vogue Square Garden’, edifício residencial de 50
pavimentos projetado pela Construtora LCS. Com um investimento orçado em R$ 80
milhões, o projeto será construído na Rua Silva Jardim, ao lado do Colégio Neo
Master. As obras devem ser iniciadas dentro de um ano, com o prazo de execução
em 60 meses – ou seja, até 2023 o residencial estará pronto para morar. O
pré-lançamento ocorrerá dentro de 45 dias.
Segundo o arquiteto, urbanista e incorporador Luiz Eduardo
Carvalho da Silveira, fundador da LCS, a intenção de construir um apartamento
tão alto surgiu pela necessidade de manter uma grande área verde no terreno.
“Surgiu pela ideia de proporcionar áreas de jardim e não ocupar toda a área. Do
terreno de 5.088 m², a área ocupada será de 1,5 mil m², e 50% das árvores serão
mantidas. Procuramos um terreno grande específico para o projeto, na região
central, com arborização”, informa.
A viabilidade de um projeto como esse ocorreu pelo fato do
mercado estar aquecido, e o desenvolvimento recente da cidade contribuiu para
sua consolidação. Como ele explica, trata-se de um projeto de alto padrão.
“Tudo iniciou com a ideia de assegurar a qualidade urbanística ambiental do
local, fazendo com que as exclusivas unidades residenciais suspensas
proporcionassem conforto absoluto”, destaca o arquiteto.
O estilo que será aplicado no projeto é inédito da
construtora na cidade. “Escolhi o estilo neoclássico porque condiz com o
terreno, contemplando a beleza das árvores nativas. O objetivo desse projeto é
proporcionar emoções, encantamento e harmonia, demonstrando que linhas retas e
sérias também são admiráveis. Um verdadeiro monumento consolidando a beleza
arquitetônica”, afirma. “É um projeto inovador, já que a LCS quer ofertar
qualidade para seus clientes".
Por ser um projeto sem igual no município, ele afirma que já
foi projetado com todas as especificações que exige. A fundação, por exemplo, é
diferenciada, assim como os elevadores, que serão próprios, com velocidade
maior, compatível com suas dimensões. “Já submetemos para uma análise prévia do
Corpo de Bombeiros e o projeto está em condições de ser aprovado pela altura”,
informa. Os valores dos apartamentos ainda não foram definidos, segundo ele, já
que a aprovação é muito recente.
Empreendimento se destaca no mercado pelo alto padrão
O empreendimento conta com 45 unidades suspensas, sendo uma
por andar. Cada uma dessas unidades terá uma área privativa de 340 m², e todos
os apartamentos terão piscina. Dependendo da configuração escolhida pelo
comprador, há a opção de três ou quatro suítes, assim como de três ou quatro
vagas de garagem. Como diferenciais, o prédio terá pé direito triplo, áreas de
garagem separadas do prédio ‘principal’, estacionamento interno para
visitantes, área de lazer completa com 1,2 mil m² (com piscina, academia, salão
de festas, entre outros) e a ausência de áreas comerciais. A área construída
total é de aproximadamente 25 mil metros quadrados.
Ponta Grossa consolida o 2º ciclo de verticalização
O Projeto do Vogue Square Garden consolida o ‘segundo ciclo’
de verticalização do município. Como explica o representante do Sindicato da
Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon) nos Campos
Gerais, Helmiro Bobeck, o primeiro ciclo foi vivido há cerca de meio século,
com a construção dos edifícios Vila Velha e Princesa. O segundo ciclo foi
iniciado nesta década. “É uma coisa mais recente. Teve a época do primeiro
ciclo, parou e agora teve esta retomada recente”, explica.
Esta evolução nos projetos foi possível com o crescimento e
desenvolvimento econômico da cidade. “As pessoas estão apostando nisso e as
construtoras também estão investindo. Ou para ou usa a criatividade para
propiciar novos produtos para agradar seus clientes”, informa Bobeck, afirmando
que o setor é favorável à verticalização dentro dos aspectos legais, obedecendo
os critérios técnicos.
O Prefeito do município de Ponta Grossa, Marcelo Rangel,
destaca que o município também contribuiu para que os projetos mais audaciosos
e amplos pudessem ser realizados, aquecendo o mercado de Ponta Grossa.
“Acredito que a verticalização de Ponta Grossa é um dos principais pontos do
nosso programa de desenvolvimento econômico estabelecido nos quatro anos de
nossa gestão. No início do nosso trabalho tinha a limitação em relação aos
prédios. Então alteramos a legislação e acredito que isso foi uma medida muito
feliz”, informa.
Segundo o prefeito, a verticalização contribui na logística
e na mobilidade urbana. E, para que isso fosse mais efetivo, o município agora
exige estudos para a instalação dos novos projetos. “Grandes empreendimentos
têm compromisso com o EIV, que é o Estudo de Impacto de Vizinhança, e para
fazer prédios de grandes proporções precisa ser apresentado o estudo de impacto
em mobilidade. Além disso, para esses grandes projetos, eles entram com
investimentos, ajudando a Prefeitura na infraestrutura de trânsito e tráfico, e
isso acaba sendo muito positivo para cidade”, conclui.
PG é a 3ª em crescimento no ranking nacional de novos
edifícios
O empreendimento contribuir para o destaque de Ponta Grossa
em cenário nacional no número de obras em execução. Levantamento divulgado pela
e-Construmarket, através da Rede de Obras, que monitora e acompanha mais de 30
mil obras no Brasil, revelou que Ponta Grossa está entre as cidades brasileiras
que tiveram o maior número de novos edifícios residenciais no período de um ano.
Os números mostram que, entre os últimos trimestres de 2015 e de 2016, o
município ganhou 57 novos empreendimentos. Os 86 novos empreendimentos passaram
para 143. Esse incremento representa um crescimento de 66% no período de apenas
12 meses, o que coloca Ponta Grossa na terceira colocação do ranking nacional.
Em todo o país apenas seis cidades cresceram acima de 50%.
Construção abriu milhares de vagas de emprego nos últimos
anos
Os novos investimentos também contribuíram para o
aquecimento econômico da cidade, conforme explica o prefeito Marcelo Rangel.
Durante as obras, muitos empregos foram gerados, colocando o município em
evidência nacional. “Isso fez com que Ponta Grossa, no passado, fosse uma das
poucas cidades a ter resultado positivo no Caged e, acima de tudo, aquecer o
mercado. Quando se tem emprego e renda, gira um ciclo virtuoso, mexendo em toda
a cadeia, como shoppings, mercados, lojas de materiais de construção e faz com
que a cidade fique mais rica”, ressalta o prefeito.