PUBLICIDADE

Na pressão contra a reforma da previdência

Imagem ilustrativa da imagem Na pressão contra a reforma da previdência

Por Emerson Barbosa

Os trabalhadores brasileiros conseguiram uma importante vitória sobre o governo federal com relação à proposta de reforma da previdência. Ao não conseguir os votos necessários para aprovar mais essa retirada de direitos da população, Temer adiou para 19 de fevereiro sua próxima tentativa.

Essa vitória, no entanto, não veio à toa. Apesar de uma certa letargia no que diz respeito à grande maioria da população, os sindicatos que apoiam a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Sindicato dos Técnicos e Professores da UEPG (Sintespo) entre eles, lutaram muito e pressionaram os deputados de todas as maneiras para que se posicionassem contra a reforma e a favor do trabalhador.

Foram greves de fome, pressão aos deputados nos aeroportos, paralisações, protestos, seminários, palestras e outros eventos em todo território brasileiro, com a finalidade de explicar para todos o grande retrocesso que significa a reforma. Além disso, a CUT elaborou o site “Na pressão”, que pode ser acessado nesse endereço https://napressao.org.br/, onde os internautas enviam mensagens de WhatsApp e e-mails para os parlamentares exigindo a rejeição da proposta.

Pesa a favor dos trabalhadores o fato de 2018 ser ano de eleições. Os deputados, mesmo os que apoiam o governo, não estão interessados em manchar para sempre suas biografias aprovando, na prática, o fim da possibilidade de aposentadoria para a maioria das pessoas, principalmente a parcela mais pobre do povo.

E não há dúvida de que os sindicatos, como o Sintespo, farão ampla divulgação dos nomes dos parlamentares que votarem a favor da reforma, caso ela realmente venha a ser colocada para apreciação em plenário. Também não há dúvida que se isso vier a acontecer, a reeleição de muitos deles estará seriamente ameaçada.

Por outro lado, ainda há muita desinformação sobre essa reforma e é importante que todos saibam como vão perder com essa medida. Inicialmente, a idade mínima para se aposentar vai para 65 anos para homens e 62 anos para mulheres. Mesmo com a regra de transição, a grande maioria da população que já faz planos para se aposentar, vai ter de esperar mais alguns anos para isso.

Os servidores públicos precisarão de uma contribuição mínima de 25 anos para conseguir o benefício parcial e 40 anos para ter a aposentadoria integral. Hoje, os servidores públicos podem receber até o valor integral de seu salário. Se aprovada a PEC, todos receberão apenas o teto do INSS, que atualmente é de 5.531.

Fica clara também a ilegitimidade da reforma quando o governo, por medo de perder apoio de alguns setores estratégicos, os poupa das consequências drásticas da reforma. É o caso específico dos militares, que não serão atingidos. Eles representam um terço dos servidores públicos e são responsáveis por 44,8% do rombo de 72,5 bilhões de reais da previdência da União, segundo levantamento do Jornal O Globo.

Por esses motivos, entendemos que não há possibilidade alguma dos sindicatos apoiarem tamanho retrocesso. Nossa proposta continua a mesma, se botar pra votar, o Brasil vai parar. 

 Emerson Barbosa é Presidente do Sintespo

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MAIS DE DEBATES

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

DESTAQUES

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MIX

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE