Cotidiano
Projeto ajuda presas a retomar contato com familiares
| 25 de agosto de 2016 - 02:18
Um projeto desenvolvido pela equipe multidisciplinar da
Defensoria Pública do Paraná em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, tem
renovado a esperança de um grupo de detentas da Cadeia Pública Hildebrando de
Souza em retomar o contato com seus familiares. Através da confecção de cartas,
vídeos, fotografias e mensagens de voz, assistentes sociais e psicólogas estão
ajudando cerca de 60 mulheres a resgatarem os laços afetivos com seus entes
queridos. Há casos de presas que não veem os parentes próximos há anos.
A aposta do projeto “O cárcere e a saudade: Resgate de vínculos
entre mulheres em situação de cárcere e seus familiares” é trazer aos poucos os
entes queridos para dentro dos espaços de convivência da Cadeia Pública,
começando por um contato prévio através das tecnologias modernas de comunicação
ou mesmo por meio de uma simples carta, feita de próprio punho pela presa.
Tudo, claro, com o apoio e o acompanhamento das autoridades penitenciárias.
“Muitas mulheres têm os vínculos familiares rompidos a
partir do momento em que passam a ficar reclusas, não recebendo visitas e
nenhuma outra forma de contato. Esse fato as fragiliza emocionalmente, o que
aumenta os conflitos entre as detentas, por exemplo, entre outros problemas”,
afirma a assistente social Ana Letícia de França. Além dela, estão à frente do
projeto as assistentes sociais Evelyn Matioski e Maria Stella Orlandini, além
da psicóloga Patrícia Olbermann Duda.
Segundo Ana Letícia, ao analisar a condição das presas, a
equipe percebeu a necessidade de priorizar o atendimento a essas mulheres,
tendo em vista que, muitas vezes, elas não estão no foco das políticas de
atendimento por serem minoria e suas demandas ficarem ocultas sob problemas de
maior visibilidade no sistema carcerário.
Primeira etapa
A primeira etapa do projeto foi realizar um levantamento
sobre a situação de cada encarcerada em relação ao contato que tinha com a
família. No final de julho, começou a fase de atendimento. No começo foram
atendidas 20 mulheres, priorizando aquelas que não recebiam visitas e que
estavam há mais tempo reclusas. No momento, a equipe está contatando as
famílias, para levar a elas as mensagens das detentas e coletar cartas, vídeos
e fotografias que serão endereçados à Cadeia Pública. Depois de concluída esta
etapa, o trabalho será estendido a outras 20 mulheres, e assim por diante.
Fora a assistência psicossocial, a Defensoria Pública em
Ponta Grossa também realiza mutirões de atendimento para orientação jurídica e
acompanhamento dos processos das presas, envolvendo a equipe jurídica da
instituição, especialmente os defensores públicos Ricardo Padoim, Júlio Cesar
Duailibe Salem Filho, Monia Regina Damião Serafim e Ana Paula Costa Gamero,
além da assessora jurídica Silvia Hass.
Informações da
Assessoria de Imprensa.