Alvaro quer propor candidatura de 'centro' em 2018 | aRede
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Alvaro quer propor candidatura de 'centro' em 2018

Senador ressaltou que saída para a crise política deve respeitar a Constituição e afirmou que quer representar saída viável para o país

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Com passagens por todos os cargos públicos eletivos, Alvaro Dias deve ser candidato à Presidência da República pelo Podemos em 2018. Atualmente ocupando o cargo de senador pelo Paraná, Dias deixou o Partido Verde (PV) para reforçar o novo projeto do Podemos (antigo PTN).

Com experiência de ter sido governador do Paraná e no Senado desde 1999, Alvaro descarta extremismos e acredita que a saída para a crise política no Brasil “deve respeitar a Constituição Federal”. Em entrevista ao Jornal da Manhã e ao portal aRede, o senador ressaltou ainda que é contra o “balcão de negócios da política” e lembrou que se sente obrigado a oferecer uma opção ao eleitor em 2018.

Jornal da Manhã: O senhor é pré-candidato à Presidência? 

Alvaro Dias: Sim. Recebi o lançamento da minha pré-candidatura pelo Podemos como uma convocação, e sinto-me honrado com isso. O partido fez o lançamento do projeto partidário e, ao mesmo tempo, anunciou o seu propósito de oferecer uma alternativa ao país, colocando o meu nome. Estou me preparando para isso. É uma questão de responsabilidade oferecer opções.

JM: O que motivou o senhor a buscar a Presidência em 2018? 

Alvaro: Na minha opinião, os atuais partidos políticos estão envolvidos em denúncias e serão rejeitados nas próximas eleições. Acredito que a próxima eleição presidencial será definitiva para comprovar os resultados da Operação Lava Jato. E os brasileiros estarão de olho nos candidatos que, comprovadamente, não tiveram relação com os grandes escândalos de corrupção denunciados nos últimos anos. Eu sempre estive na oposição, apontando irregularidades nas administrações pública. Acho que não dá para apenas criticar. Temos que oferecer propostas. Além disso, a coerência e a transparência têm sido meus grandes aliados na vida pública. Quantas vezes denunciamos a corrupção? Inúmeras. Desde 2009, alertei o governo sobre as irregularidades na Petrobras, protocolando 19 representações na Procuradoria-Geral da República. Também desde 2005, venho denunciando os empréstimos secretos do BNDES. Venho defendendo a aprovação de meus projetos, especialmente o que acaba com o foro privilegiado (já aprovado pelo Senado) e o que reduz o número de parlamentares. Acho que a população tem que saber separar o joio do trigo. Há políticos realmente comprometidos, e é isso que motiva.

JM: E qual é o projeto político do Podemos para o próximo ano? 

Alvaro: O Podemos está em fase de estruturação partidária nos estados. Somos uma legenda nova e o objetivo é fortalecer a democracia direta, ouvindo o que quer o eleitor. Nosso projeto para o próximo ano é continuar construindo canais sólidos com o cidadão para que a nossa mensagem seja ouvida e reproduzida e, dessa forma, possamos disputar a eleição presidencial com chances reais de vitória.

JM: Quais as propostas que devem compor a campanha do partido no próximo ano? 

Alvaro: Já temos um grupo de notáveis debatendo alternativas para o País e apresentando propostas. Elas serão debatidas com o eleitor, e serão divulgadas no momento oportuno. Mas sou um grande defensor de reformas.  É preciso, por exemplo, reformar o sistema federativo, que está esgarçado com a distribuição injusta dos recursos. Precisamos também de uma reforma tributária, porque temos um modelo superado que sangra a economia do país e inibe o crescimento econômico.

JM: Em relação ao cenário político e econômico atual, qual a avaliação que o senhor faz desta conjuntura? 

Alvaro: O fato de grandes autoridades, incluindo o presidente da República, estarem sendo denunciadas e julgadas comprova a mudança de rumo na justiça brasileira. Temos que ressuscitar a esperança da sociedade para, juntos, lutarmos por mudanças e abominar os governos envolvidos em escândalos enquanto nas filas de hospitais vemos milhares de pessoas pedindo socorro e pais e mães desesperados pedindo por segurança pública. A crise é fruto de uma herança maldita, financiada por governos corruptos. É preciso que todos ajudem a arrancar o Brasil das mãos sujas que hoje dirigem a nação.

JM: Como garantir a retomada do crescimento econômico do país? 

Alvaro: Depois de anos de assalto ao País, a recuperação econômica do Brasil deve ser lenta, porque o rombo foi grande, mas temos que apostar em uma solução. Por enquanto, medidas paliativas estão sendo adotadas pelo governo, mas só um novo presidente legitimado pelo voto pode dar um novo rumo ao País. Não foram os brasileiros que fracassaram. Quem fracassou foi o governo. O brasileiro está pagando caro pela incompetência administrativa e ganância dos governantes. 

JM: Em relação ao governo do presidente Michel Temer, qual é a posição do Podemos e do senhor? O senhor concorda com as reformas (previdência e trabalhista) apresentadas?

Alvaro: Eu defendi o impeachment da chapa Dilma/Temer. O governo Temer foi parceiro do governo do PT e é adepto das mesmas práticas do toma lá dá cá e da corrupção. Eu sou, historicamente, contra esse tipo de negociatas, portanto sou contra esse governo. Essa é a mesma posição da presidente do Podemos, deputada Renata Abreu. Em relação às reformas, como disse, sou favorável a elas, mas não as feitas por um governo sem credibilidade e envolvido em denúncias de corrupção. Acho que as reformas devem ser amplamente discutidas com a população, e não devem mexer em direitos adquiridos.

JM: Sobre a reforma política, as mudanças atenderam às necessidades do país? Há necessidade de novas mudanças no sistema político e eleitoral? 

Alvaro: Não houve reforma política, mas sim um arremedo de legislação para beneficiar alguns partidos. Fui contra o fundo público de campanha. Acredito que a campanha eleitoral de 2018 deveria ser muito mais do que franciscana. Cada candidato só deveria gastar o que arrecadar de doações espontâneas e pessoais, sem fundos públicos nem dinheiro de empresários. Uma reforma de verdade mexeria com os partidos políticos, que são siglas para registro de candidaturas. Venho também defendendo a redução do número de parlamentares desde 1999, mas as minhas propostas esbarram no corporativismo

JM: Para disputar a Presidência em 2018, o Podemos pretende fazer alianças com outros partidos? 

Alvaro: Venho defendendo há muito tempo o fim do balcão de negócios na política. Acredito que essa seja a raiz de todos os males, e também acredito ser possível governar sem rimar governabilidade com promiscuidade. É um escárnio dizer que é impossível governar o Brasil sem o toma lá dá cá. A enorme coalizão articulada pelo ex-presidente Lula deu no que deu. Os brasileiros estão exigindo seriedade e responsabilidade.  A grande aliança dos políticos deve ser com a sociedade

JM: Há conversar com lideranças de outras legendas? Quais? 

Alvaro: Estamos conversando com lideranças de partidos e da sociedade civil, mas o segredo é a alma do negócio.

JM: Como o senhor vê o debate político hoje, com esta polarização entre esquerda e direita, além de manifestações favoráveis a uma intervenção militar? Qual é a sua análise sobre este cenário?

Alvaro: Não há caminho fora da Constituição, fora da democracia. Houve, nos últimos tempos, uma esquizofrenia ideológica nas redes sociais, em função do momento político, das denúncias de corrupção. Será necessária uma candidatura de centro e que seja sustentada pelas forças vivas da sociedade. As pessoas lúcidas darão sustentação a um projeto responsável, no caminho do centro e em direção ao amanhã. O Podemos pretende eliminar essa dicotomia entre esquerda e direita. Não nos vinculamos à extrema esquerda nem à extrema direita. Nossa pretensão é somar valores de ambos e caminhar para a frente, promovendo avanços e resolvendo problemas. É isso que a população quer.

JM: O que o senhor acredita que as eleições de 2018 possam colocar um fim à crise política e econômica do país? 

Alvaro: A Lava Jato mudou o cenário da política brasileira. Vivemos as consequências da operação que retirou do tapete toda a sujeira acumulada nos últimos anos. Isso está exigindo nova postura, novo comportamento, mudança da cultura política. Eu sempre digo que estamos vivendo um momento de faxina, para que, a partir de 2018, possamos viver a mudança e sair da zona da crise.

JM: O que os eleitores devem ter em mente na hora de ir às urnas no próximo ano? 

Alvaro: A mudança é necessária, e as pessoas precisam escolher corretamente os seus representantes, principalmente aqueles que são comprometidos com a ética, com a responsabilidade fiscal, com a correção nos seus atos. O Brasil vive momentos dramáticos, e é necessário um trabalho conjunto de reconstrução do País. A juventude possui importância fundamental nesta mudança, e deve participar ativamente da construção de um futuro melhor. Para tirar o Brasil desse estado lamentável em que se encontra, é preciso escolher pessoas com experiência administrativa e um passado limpo. Só assim teremos um país mais justo e livre da corrupção.

Colaborou Stiven de Souza.  

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