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Não questione, embarque e “viaje”

Tiago Bubniak

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Em cinema existe uma expressão chamada “suspensão da descrença”. Ela se refere à espécie de pacto que o espectador faz consigo mesmo para não duvidar daquilo que vê. Quanto maior for essa entrega, quanto menor a resistência em acreditar naquilo que se assiste, maior será a diversão diante da “viagem” sugerida por roteirista, diretor, equipe de maquiagem e som, diretor de fotografia etc. ‘Sem Escalas’ é um grande exemplo do quanto uma obra pode pedir que o público mergulhe na tal “suspensão da descrença”. Se quem estiver do lado de cá da tela fizer isso, aproveitará bem a proposta.

Na história dirigida pelo espanhol Jaume Collet-Serra, Liam Neeson interpreta Bill Marks, agente federal aéreo especialista em garantir a segurança de passageiros contra terroristas em voos nos Estados Unidos. Sim, trata-se de mais um reflexo cinematográfico do temor estadunidense pós-11 de setembro. A calmaria em mais um dia de expediente acaba quando Bill recebe a ameaça de que, em vinte minutos, um passageiro morrerá se uma bela quantia de dólares não for transferida para determinada conta bancária.

Assim começa uma caçada no típico estilo gato e rato, com a tradicional subida de temperatura. O fato é que, quanto mais os minutos passam e o clímax se aproxima, mais inverossímeis ficam as situações criadas pelo tal terrorista em pleno voo. Tudo é muito bem arquitetado pelo criminoso (ou criminosa), de modo a levar o espectador a constantemente dizer que isso só pode ser “coisa de cinema”; que, “se fosse na vida real”, o homem da lei não seria tão ludibriado assim. Daí a importância de se lançar na poltrona, desligar os neurônios para questionamentos como esse, aproveitar a viagem e chegar ao fim do percurso com a satisfação de quem teve uma diversão agradável.

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