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Ensaio fotográfico celebra o orgulho da arte drag

A cultura pop abraçou a arte drag lotando festas e shows com artistas como Pabllo Vitar e Glória Groove. Mas muita história aconteceu antes do pop

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No teatro grego e shakespeariano, por exemplo, as personagens femininas eram vividas por homens vestidos como mulheres, porque se acreditava que os homens eram mais qualificados. O mesmo acontecia no Japão, onde a arte era passada de pai pra filho e as mulheres eram banidas do grupo seleto de artistas e associadas à prostituição.

 A partir do século XVIII, os atores usavam vestimentas para parodiar a alta sociedade e, só a partir dos anos 60 a arte drag passou a ser associada ao homem homossexual. Nos anos 60, as apresentações remetiam aos ícones do cinema e da música e, entre os anos 70 e 80, se tornaram símbolos do movimento LGBTQIA+. O filme ‘Priscilla, a rainha do deserto’ levou muita gente ao cinema nos anos 90 e, no Brasil, a arte ganhou destaque no Programa do Silvio Santos, com personagens ligadas ao humor como Sylvetti Montilla e Isabelita dos Patins.

Segundo Cristian Rafael de Oliveira, professor de violino e idealizador da personagem Luna Lazuli, “a visibilidade drag em Ponta Grossa está aumentando aos poucos, inclusive em alguns eventos que não são específicos para o público LGBTQIA+”. Isto se dá pela contribuição que a arte faz na quebra de padrões estabelecidos pela sociedade, o que não tem uma relação específica com a identidade de gênero ou sexualidade. “Algumas drag queens personificam o feminino, mas existem drags andrógenas e até personagens que são humanoides e, eu acredito que, essas modificações estéticas de nossas personagens acabam gerando essa reflexão sobre a diversidade”, afirma.

Esta visibilidade foi tema de pesquisa do redator de marketing Diego Osni Fernandes, conhecido como Julie San Fierro. “Certamente as pessoas possuem visões e opiniões diversas. Tem quem adore e te elogie, tem quem te critique, te reprove e apenas ignore e tem também quem expresse sua aversão através de assédio e humilhação”.

Para Diego, este cenário está ligado ao condicionamento político e social que a arte tem estabelecido. “É claro que a cultura drag já estava consolidada em certos núcleos socioespaciais, mas eu acredito que, num contexto nacional, somente nesses últimos anos temos visto essa ascensão graças a artistas que estão fazendo um papel revolucionário e decisivo em tempos de democracia e liberdade de expressão combalidas por um conservadorismo”.

Neste caso, ele acredita que o ativismo se torna essencial. “Em minha opinião, a arte é uma das melhores ferramentas de protesto e manifestação das nossas opiniões e uma das funções da arte é nos fazer refletir sobre a realidade, os valores e as transformações da sociedade”. Acreditar na liberdade de expressão é um fator determinante para que estas transformações aconteçam. “É importante ter criatividade e singularidade para não copiar ninguém, coragem para enfrentar o preconceito, carisma para lidar com o público, paciência porque nada é fácil nesse ramo e muitas vezes é um trabalho solitário, e, principalmente é preciso ter amor à arte”, acredita Cristian.

Iniciativa reduz o preconceito

E por amor à arte e em respeito à diversidade, a iniciativa Diálogos Culturais convidou um grupo de drag queens de Ponta Grossa para um ensaio fotográfico e uma série de entrevistas na semana em que se comemorou o Orgulho LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bi, Trans, Queer/Questionando, Intersexo, Assexuais/Arromântiques/Agênero, Pan/Poli, e mais); período em que representantes opinam sobre conquistas e passos a avançar na luta pelos direitos dos grupos minorizados. As fotos realizadas pelo jornalista Douglas Kalh ficarão disponíveis nas redes sociais. Segundo Cristian, “a maioria das drags atualmente utiliza as redes sociais para promover seu trabalho e divulgar suas performances e eventos, pela praticidade e também pelo alcance das informações”, além de aproximar as pessoas de forma rápida e dinâmica. “É maravilhoso ver várias drags de diferentes partes do mundo se conectando e trocando experiências, fortalecendo e enriquecendo cada vez mais a arte”, complementa Diego.

O quê?

A plataforma Diálogos Culturais, com perfil do Instagram e Facebook, valoriza os artistas ponta-grossenses de todos os segmentos e expressões artísticas, apoiando em seminários, congressos, divulgando artistas independentes, anônimos e escolas de arte, além de desenvolver projetos como documentários sobre compositores, grupos de leitura e Cia de teatro, entre outros. Para saber mais sobre histórias como esta, conhecer assuntos relacionados à arte e também ficar por dentro de tudo o que acontece no cenário cultural da região, é só acessar no Facebook e Instagram a plataforma digital @dialogosculturais.

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