Safra
Cooperativas do Paraná deverão ‘lucrar’ R$ 2,6 bi em 2017
Estimativa é do presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, que revelou a informação no ‘primeiro Encontro com o Produtor Rural Brasileiro’
Fernando Rogala | 05 de dezembro de 2017 - 20:06
“As cooperativas do Paraná devem fechar este ano com R$ 2,6
bilhões de resultado líquido, que serão investidos na região onde são gerados,
o que, entre outros benefícios, cria mais oportunidades de trabalho.” A
declaração do presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, foi feita
durante sua participação no primeiro Encontro com o Produtor Rural Brasileiro, produzido
na última semana para o programa Negócios da
Terra/Sul, que é transmitido pela rede SBT Sul. Ricken enfatizou a importância do cooperativismo em seus mais
variados ramos para a organização econômica dos cooperados, com reflexos
positivos nas regiões de atuação. No cooperativismo, resultado líquido
representa o ‘lucro’ obtido.
Em sua participação, o presidente da Ocepar demonstrou que a
opção do cooperativismo é pelo desenvolvimento regional. “Por isso, o sistema
só será forte se o cooperado do meio rural e urbano também for bem.” Ao
defender que a visão de rural e urbano não existe mais, argumentou que “uma
cooperativa instalada em determinada região, gera mais de mil empresas em seu
entorno, a maioria no meio urbano. O cooperativismo do Paraná se
estruturou ao longo do tempo, se profissionalizou. Houve investimento de uma
forma correta. E hoje o sistema do ramo agropecuário recebe quase 60% do que se
produz no estado”.
Durante o programa, que também teve a participação do
secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, e do
presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Orlando
Pessuti, Ricken disse da responsabilidade que o sistema tem em ajudar a viabilizar
a produção agropecuária paranaense. “A grande missão do cooperativismo é
organizar economicamente o produtor para que tenha mais renda. E isso só se
consegue com organização e busca de mercado, usando as melhores tecnologias de
produção e comercializando adequadamente os produtos com os melhores mercados.
Hoje, o produtor não quer mais vender grãos. Por isso, investimos quase R$ 2
bilhões por ano em agroindústrias, visando transformar a matéria prima em
produtos de maior valor agregado. Para isso, temos o apoio do BNDES (Banco de
Desenvolvimento Econômico e Social) e do BRDE, que é o maior financiador da
agroindústria do Paraná e também de cooperativas.”
O presidente da Ocepar pontuou que o diferencial entre o
cooperativismo e uma empresa mercantil está no fato de o sistema investir os
resultados no local onde são gerados. “Não temos outro endereço e nem vamos
mudar do Paraná. Por isso, temos de planejar criteriosamente os investimentos,
pois os resultados serão reinvestidos em sua local de origem, o que gera
oportunidades de trabalho. Atualmente, onde existe um complexo agroindustrial
cooperativo é preciso buscar mão de obra a 70 quilômetros da sede, porque não
tem pessoas suficientes no local para atender a demanda por trabalhadores”,
disse.
Ricken sustentou que o cooperativismo é um modelo moderno
que deu certo. E citou o aumento de adesão ao sistema, informando que o ramo
crédito, por exemplo, deverá fechar o ano com mais de cem mil novos cooperados.
Ao lembrar que, dos 13 ramos de atividades existentes no Brasil, há nove em
atividades no estado, ele revelou que “mais de seis mil produtores, jovens em
sua maioria, entraram para o sistema agropecuário neste ano. Com isso, eles têm
possibilidade de acessar tecnologias rurais testadas, oportunidades de
assistência técnica adequada, recebimento e armazenamento de produção e
agroindustrialização. O que demonstra que o cooperativismo é uma forma de
organização econômica profissional”. Atualmente, mais de 120 itens processados
pelas cooperativas paranaenses estão disponíveis em mais de 100 mercados no
mundo todo.
Com informações do Sistema Ocepar