PONTA GROSSA
Açougues do PR não devem vender ossos e carcaças
Da Redação | 16 de outubro de 2021 - 03:54
A prática de venda é uma vantagem manifestamente
excessiva. A inflação de setembro foi a mais alta para o mês desde
1994. O documento foi assinado nesta sexta-feira (15) e pede aos
estabelecimentos que optem pela doação.
O Procon do Paraná, vinculado à Secretaria de Justiça,
Família e Trabalho, e a Associação Paranaense de Supermercados
(Apras) emitiram uma recomendação administrativa aos mercados, açougues e
supermercados para que não comercializem ossos de boi ou carcaças de
frango e de peixe a pessoas de baixa renda.
O documento foi assinado nesta sexta-feira (15) e pede aos
estabelecimentos que optem pela doação.
Segundo a chefe do Procon, Claudia Silvano, a
recomendação é necessária porque a prática é uma vantagem
manifestamente excessiva. "O documento significa um esforço de
vários atores da sociedade para que haja a adesão dos estabelecimentos nesse
momento tão delicado da economia”, afirmou. "É uma situação atípica. É
preciso olhar para esse público".
O secretário Ney Leprevost disse que vender este tipo de
produto é exploração a um consumidor que está extremamente vulnerabilizado
financeiramente. "Não podemos fechar os olhos para essa realidade. Ao
invés da venda, os estabelecimentos devem optar pela doação, desde que
respeitada a legislação sanitária, com vistas a garantir todos os requisitos de
segurança para o consumo do produto”, ponderou.
A inflação de setembro (1,16%), último indicador
divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi
a mais alta para o mês desde 1994 – no acumulado de 12 meses
já atingiu 10,25%. O grupo Alimentação e Bebidas tevem alta de 1,02%.
Contribuiram para o resultado o frango inteiro (4,50%) e o frango em
pedaços (4,42%). Os preços das carnes bovinas (-0,21%) recuaram após
sete meses consecutivos de alta, acumulando variação 24,84% nos últimos 12
meses.