Política
Diretoria da Acipg se posiciona contra o Fundo de Transporte
<b style="font-family: "Titillium Lt"; color: rgb(0, 0, 0);">Associação voltou a discutir tema durante a semana, desta vez ao lado de vereadores. Diretor de MPE emitiu posição contrária ao projeto e foi apoiado por demais diretores</b>
Da Redação | 10 de julho de 2019 - 10:12
Associação voltou a
discutir tema durante a semana, desta vez ao lado de vereadores. Diretor de MPE
emitiu posição contrária ao projeto e foi apoiado por demais diretores
A diretoria da Associação Comercial, Industrial e
Empresarial de Ponta Grossa (Acipg) se posicionou contrariamente ao projeto de
lei nº 211/2019, que pretende criar o Fundo Municipal de Transporte Coletivo
Urbano. A posição foi revelada por um diretor – e apoiada pelos demais –
durante a reunião de segunda-feira (8) com três vereadores: Ricardo Zampieri
(PSL), Vinícius Camargo (PMB) e o presidente da Câmara, Daniel Milla (PV).
Durante a reunião, Milla comentou que a medida visa a
transparência. Ele comenta que os dados disponíveis hoje, são os dados cedidos
pela empresa privada e não por funcionários públicos. De forma que não se pode
afirmar a fidelidade absoluta das informações. “Esta é uma discussão de décadas
da ACIPG, ter a devida transparência no transporte coletivo municipal”, afirma
o presidente da Câmara.
Camargo, apontou que já ouviu antes mesmo de ser vereador,
que os dados da Viação Campos Gerais não eram transparentes. Além disso,
comentou que acompanhou três Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), em
que os membros diziam que os números não batiam. Ele comentou que a aprovação
necessita ser viabilizada para entrar no orçamento do próximo ano. “Na minha
avaliação o projeto é saudável e positivo, podendo influenciar até no preço da
passagem”, disse o vereador.
Contrário, o vereador Zampieri salientou que existe uma
grande diferença na discussão do fundo e da transparência. Segundo ele, no
projeto não consta o termo transparência e que o dinheiro que irá para o fundo
não é da prefeitura, mas sim da empresa concessionária. “Se a Viação Campos
Gerais (VCG) faturar, por exemplo, R$ 80 mil por dia, não será possível saber
quantas pessoas trafegaram no ônibus, quantas passagens serão inteiras, quantas
meias (estudantes) e quantas isenções. São mais de 200 linhas que operam em 3
turnos”, disse o vereador, que defende a implantação de um sistema de bilhetagem
eletrônica, que possibilite uma análise completa do transporte coletivo
municipal.
Zampieri teme a falta de repasse da Prefeitura para a
empresa, como também o endividamento do município, pelo fato da entrada de
caixa do transporte coletivo fazer parte da receita corrente do Município.
Salientou que, juntamente com outros vereadores, é favorável à transparência,
mas contrário ao fundo. Segundo ele, o governo do presidente Bolsonaro é
contrário a intervenção do Estado no que é privado, como o que se está tentando
fazer em Ponta Grossa. “Precisamos de um Estado mais enxuto. Neste projeto em
questão, estamos assumindo uma responsabilidade que não é nossa. Ser contra
esta proposição do Poder Executivo não é querer prejudicar a cidade, mas sim
ser responsável com os recursos públicos”, afirmou o vereador.
O diretor de Micro e Pequena Empresa da ACIPG e contador,
Juliano Kobellache, apontou ainda que mesmo que aprovado o fundo, a Prefeitura
não teria acesso aos custos dos insumos do transporte coletivo, de forma que a
‘caixa preta’ seria aberta apenas em partes, Em virtude disso, se manifestou
pela inviabilidade de transparência total, almejada na proposta de lei. “Não
consigo imaginar a eficiência desta transparência só com dois pontos que
compõem o Índice de Passageiro por Quilometro (IPK), que é a venda de passagens
e a quantidade de passageiros, pois os insumos, como o diesel, pneus, carcaças,
a depreciação e a mão de obra não serão contabilizadas através deste sistema. A
empresa continuará com seu sistema financeiro o fechado e a de se respeitar os
limites de invasão desta informação. Assumir o ônus desta gestão não vai dar
mais transparência”, disse Kobellache, que recebeu o apoio dos demais diretores
da ACIPG.