Política
Cida destaca ações na região e equilíbrio financeiro
Governadora ressalta ritmo acelerado de gestão, atenção a todos os municípios paranaenses e mais de R$ 8,7 bilhões em investimentos.
Rodrigo de Souza | 29 de dezembro de 2018 - 01:21
Governadora ressalta
ritmo acelerado de gestão, atenção a todos os municípios paranaenses e mais de
R$ 8,7 bilhões em investimentos.
Os quase nove meses de Cida Borghetti (PP) à frente do
Estado do Paraná trouxeram avanços importantes para a região dos Campos Gerais.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, a governadora que encerra as atividades no
Executivo na segunda-feira (31) destacou os avanços conquistados pela gestão.
Cida elenca o equilíbrio financeiro e o diálogo como as principais
marcas do governo. No período como governadora, fez questão de atender as
demandas de todo os municípios paranaenses. Ao todo foram R$ 8,7 bilhões
investidos no ano – quase duas vezes mais em 2017. A governadora também foi
elogiada pelos companheiros pela sensibilidade com que tratava os problemas do
Estado.
Deixando o mandato, Cida garante que seguirá na vida pública
por entender que o cenário político é uma das principais formas de resolver
situações da sociedade.
Jornal da Manhã: A
governadora mostrou recentemente um balanço de gestão com R$ 8,7 bilhões em
investimentos, um valor quase duas vezes maior que em 2017. A que se deve esse
aumento nos recursos investidos?
Cida Borghetti:
Nestes poucos meses consegui impor nosso ritmo de gestão. Institui um gabinete
de portas abertas, nos pautamos por metas, trabalhando de domingo a domingo
muitas vezes até tarde da noite. Adotamos o diálogo franco com todos os setores
da sociedade e substituímos o talvez pelo sim e pelo não. Uma gestão eficiente
que resolve e não adia. Nestes quase nove meses liberamos R$ 8,7 bilhões para
investimentos nas mais diversas áreas, e atendemos a todos os 399 municípios do
Paraná, sem distinção partidária. Esse valor equivale a um terço de tudo que o
Estado investiu em pouco mais de três anos. Recursos e obras que geram
empregos, oportunidades e levam desenvolvimento a todas as regiões do Paraná.
JM: Foi divulgado que
o governo deixará para o próximo ano um valor de cerca de R$ 5 bilhões em
caixa. Durante a gestão, houve uma preocupação em fazer uma transição
financeira positiva para o próximo governador?
Cida: Fizemos uma
gestão realizadora, mas também austera. Manter o equilíbrio do caixa foi uma
tarefa diária, reflexo do nosso respeito pelo dinheiro que não é do governo e
sim da população paranaense. Vou entregar o Governo do Paraná numa das melhores
situações do país, com R$ 5 bilhões em caixa e centenas de obras autorizadas e
em execução. Pagamos o 13º salário adiantado e tudo que assinei e autorizei tem
recursos garantidos. O nosso futuro governador terá condições de trabalhar com
um orçamento de 2019 livre de despesas do passado.
JM: Quais
investimentos a governadora elenca como os principais para Ponta Grossa e
região dos Campos Gerais durante o mandato?
Cida: Procurei
levar todos os benefícios que o Estado pode oferecer para os Campos Gerais. No
início da gestão liberei R$ 34 milhões para pavimentação, recape, construção de
capela mortuária, equipamentos para parques infantis, compra de veículos
utilitários e de passeio, ambulância e equipamentos rodoviários, como caminhões
e motoniveladoras para diversas cidades da região. Uma das ações mais
importantes deste pacote é a revitalização do Parque Lago, de Ponta Grossa,
município que está recebendo investimentos de R$ 98,9 milhões do nosso governo.
Também demos solução para o Contorno Norte de Castro. As primeiras obras foram
autorizadas na semana passada. Trabalhamos as estradas rurais de Carambeí e
Ipiranga e desenvolvemos o programa de proteção de microbacias em Sengés. As
obras de melhorias no Aeroporto Sant’Anna permitem o pouso de aeronaves de
maior porte. Jaguariaíva foi a primeira cidade em que autorizei a construção de
um condomínio residencial para idosos. São 40 unidades do programa Morar Bem
Paraná - Terceira Idade. Prudentópolis e Telêmaco Borba também terão este
programa. Formalizamos convênios com diversos municípios dos Campos Gerais,
inclusive para a construção de parques esportivos. Enviei a Assembleia uma lei
de que vai permitir a revitalização e o melhor aproveitamento de parques, como
no caso do Parque de Vila Velha e o Guartelá. Autorizamos as obras da PR-441,
em Reserva. Temos um convênio de R$ 13,6 milhões com Carambeí para ações que
incluem o início da pavimentação da Estrada do Areião e da estrada que liga a
cidade ao distrito de Catanduvas. Além disso tive apoio de grandes
ponta-grossenses o secretário João Barbiero, o sempre reitor João Carlos Gomes,
o deputado federal Aliel Machado, o Pietro. Também tive uma convivência
harmoniosa com o prefeito e amigo Marcelo Rangel.
JM: Que balanço a
governadora faz deste período de transição governamental?
Cida: Tenho uma
boa relação com o governador eleitor e nosso propósito sempre foi fazer uma
transição harmoniosa e transparente. A orientação que dei para a minha equipe
de trabalho é que nada fique sem resposta, porque tudo o que fizemos está
absolutamente correto.
JM: A governadora
tomou decisões fortes em relação ao pedágio durante o período que ficou à
frente do Executivo. O que espera do governo de Ratinho Junior, que será o
responsável pelo período que marca o fim dos contratos de pedágio, sobre este
tema?
Cida: Pela
primeira vez um governo adotou medidas concretas em relação ao programa de
concessões. Formalizamos o fim dos atuais contratos com prazo suficiente para
que as empresas completem seu trabalho, sem deixar nada para trás. Ao mesmo
tempo, iniciamos a construção de um novo modelo de concessão, com audiências
públicas em todo o Paraná. Acredito que é a sociedade que deve dizer que tipo
de pedágio quer pagar. Propus uma intervenção para contribuir com as
investigações da Lava Jato. A concessão de rodovias é necessária, mas ela não
pode ser um peso para o desenvolvimento do Paraná. Espero que o governador
conduza esta situação da melhor maneira possível, pensando no bem do nosso
Estado.
JM: Qual o maior
legado deixado pelos oito meses do governo de Cida Borghetti?
Cida: Me orgulha
ter sido a primeira mulher a governar o Paraná e ter representado o universo
feminino neste posto tão importante. O Estado nunca está pronto, o Estado está
em constante construção. Os governos que se sucedem vão dando as contribuições
possíveis, cada um ao seu tempo. Acho
que todos os avanços que implementamos são importantes legados que ficam para
os paranaenses. A Divisão de Combate à Corrupção com total autonomia e
estruturas no interior, o condomínio do idoso da Cohapar, o Governo Digital e
seus mais de 3 mil serviços para facilitar a vida do cidadão, a transformação
de carros administrativos em Patrulhas Maria da Penha, a mudança de postura em
relação ao pedágio. Também temos grandes obras acontecendo ou que já têm
recursos assegurados para a realização. Poderia falar do asfalto que estamos
levando para atender quem mora em Mato Rico ou Coronel Domingos Soares, duas
cidades que ainda só têm acesso por estrada de terra. Assim como poderia falar
sobre o reajuste que demos aos salários das merendeiras das escolas, ou do
apoio financeiro para melhorar o atendimento de 300 hospitais. Mas posso
resumir tudo num conceito que marca o nosso governo: cuidar das pessoas.
JM: O que a senhora
projeta para o futuro? Com o fim do mandato, a governadora já pensa em alguma
outra forma de atuação pública? Apesar de ainda distante, a governadora já
planeja algo em relação às eleições de 2020 ou deve seguir um caminho mais
afastado dos cargos eletivos?
Cida: Aprendi a
gostar da política muito nova, com meus pais. Aprendi em casa a boa política
com o ensinamento do meu pai, seu Ivo Borghetti, um getulista de carteirinha:
“Se você está descontente com algo, não reclame, vá e faça melhor”. Fui
militante na juventude. Como deputada estadual fui recordista na aprovação de
leis. Como deputada federal, tive a honra de ser presidente da comissão que
aprovou em tempo recorde o marco legal da primeira infância, a lei mais
avançada na proteção às crianças. Sou ficha limpa, nunca decepcionei meus pais
e não decepcionarei meus eleitores. Continuarei na vida pública porque entendo
que os problemas que afetam o nosso país serão resolvidos com atitudes no campo
político. O que me anima a disputar cargos públicos é a possibilidade de
contribuir com o desenvolvimento do nosso Estado e levar melhor qualidade de
vida para os paranaenses. Eu gosto de cuidar das pessoas.