Assim como há inúmeros bônus do desenvolvimento do setor imobiliário e da construção civil na cidade, há alguns ônus. Entre eles, o adensamento populacional em algumas localidades, causando a carência de infraestrutura necessária, com a sobrecarga do sistema viário, aumento na necessidade de abastecimento de água, de energia elétrica, necessidade de ampliação de serviços públicos (saúde, educação), entre outros.
É para melhor estruturar todo esse desenvolvimento que trabalha o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Ponta Grossa (Iplan), informa o diretor executivo do Iplan, Celso Sant’Anna, que também é secretário municipal de Infraestrutura e Planejamento. “O Iplan trabalha com a avaliação e atualização das leis urbanísticas e Plano Diretor, atuando na análise de empreendimentos de grande porte através do EIV. E atua no desenvolvimento de projetos que visem a melhoria da qualidade urbana”, informa. Na visão dele, entre os maiores desafios diante de uma cidade que tanto cresce neste ramo imobiliário está conciliar uma série de fatores, como os interesses privados do mercado imobiliário aos interesses públicos; a capacidade de arrecadação e investimento do município às necessidades crescentes de infraestrutura, segurança e gestão; e capacidade de oferta de serviços públicos de qualidade à crescente demanda. Diante disso, Sant’Anna afirma que há um estímulo em dois fatores: desenvolvimento de comércios e serviços nos bairros, e uso residencial no Centro. “A intenção é descentralizar as atividades comerciais e de serviços, estimulando os centros de bairro com o objetivo de diminuir e/ou encurtar as viagens (casa-trabalho). É interessante e deve ser estimulado o uso residencial na região central. No Centro já estão grande parte dos serviços públicos, do comércio, do lazer, o que facilita o transporte a pé, e além disso o uso residencial garante a vida e a vigilância noturna nesta área”, revela. Quanto às ações para reduzir os impactos da expansão, Sant’Anna afirma que a prefeitura tem uma preocupação constante com o trânsito, e com isso implementa medidas necessárias para amenizar os conflitos ocasionados. Através do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), diz o secretário, o Iplan tem conseguido minimizar muitos desses impactos que seriam causados por grandes investimentos. “Mesmo quando não há a possibilidade de eliminar todos os impactos, o município já pode prevê-los e assim pode geri-los, garantindo a qualidade de vida principalmente nas áreas em que os empreendimentos se inserem”. Entre contrapartidas do EIV já executadas, explica o secretário, estão o projeto do Parque de Olarias, melhorias na ponte do Rio Verde no bairro Neves, revitalização do Viveiro Municipal, alargamento na Rua Antonio Saad, etc. Mais do que o presente, é preciso pensar na estruturação do futuro. Além do Plano Diretor, desenvolvido para que a cidade alcance um crescimento ordenado, detalhando e orientando a urbanização, o qual depende de aprovação legislativa pelos vereadores, Celso Sant’Anna também revela a atenção e as prioridades do Iplan para esse futuro. “Para o Iplan, é essencial a melhoria da infraestrutura de mobilidade urbana como instalações de ciclovias, vias exclusivas para o transporte coletivo, transposições de arroios, ligações viárias, melhoria das calçadas; estímulo à valorização de áreas verdes, como praças, APPs, parques, vias arborizadas; e aprovação de um Plano Diretor que garanta o desenvolvimento sustentável da cidade”. Neste prisma, de acordo com o secretário e diretor do Iplan, o município já elabora projetos e diversas obras estão em andamento visando uma maior fluidez no trânsito da cidade, como a realização de ciclofaixas, como as das Avenidas Carlos Cavalcanti e Monteiro Lobato, que já possibilitam a utilização da bicicleta como alternativa de transporte. É um trabalho também em conjunto com a Autarquia de Trânsito e Transporte, na implantação de binários e alterações em sentidos de vias, para o melhor fluxo de veículos.