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Odesenvolvimento do ramo imobiliário em Ponta Grossa, com o fomento do mercado e da mão de obra, proporcionou o crescimento de empresas do setor da indústria da construção civil. Isso trouxe a expansão da atuação delas, impulsionou a exploração de novas tecnologias, e a estruturação e preparação para o futuro que está por vir. É um setor que está aquecido não apenas pela movimentação de grandes volumes de vendas para as construtoras, mas também pelo varejo, para atender às reformas que os moradores estão fazendo em suas casas. Em Ponta Grossa, por exemplo, no primeiro quadrimestre de 2021, as empresas que atuam na venda varejista de materiais de construção tiveram um crescimento de 37,4%, na comparação com o primeiro quadrimestre de 2020, segundo dados da Fecomércio Paraná.

Se por um lado o aquecimento do setor é favorável às empresas, esse movimento acabou trazendo, recentemente, um ônus: a alta demanda desde o início da pandemia refletiu no aumento dos preços das matérias-primas. Lei da oferta e procura. “Com a pandemia, muitas das pessoas que ficaram em casa começaram a enxergar coisas para fazer, e muitas reformas foram feitas. Ocorreu, então, uma escassez de insumos, que está atrapalhando um pouco o crescimento. Está ocorrendo alta no preço dos materiais, mas a renda do cliente não está acompanhando, e isso dificulta”, explica Lúcio Paulo Rogoski, representante regional do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon). Rogoski relata que, durante a pandemia, fábricas pararam a produção, o que auxiliou a inflação, mas se fosse fazer uma proporção, atribui a alta nos preços em um percentual maior pelo aquecimento (70%) e menor pela escassez produtiva (30%). “O aço, antes da pandemia, custava R$ 3,50 o quilo, e agora está em torno de R$ 9, R$ 10 o quilo”, completa. Tal panorama, diz ele, faz com que as empresas se reinventem e busquem novas tecnologias, com a introdução de novos sistemas construtivos, como a construção de casas com paredes pré-fabricadas concretadas, steel frame e drywall. “São tecnologias mais limpas e rápidas. Se tiver volume, começam a ficar mais baratas”, diz Rogoski. Além dessas tendências para o futuro, o representante também destacou a mobilização para o desenvolvimento do setor nos próximos anos, especialmente no âmbito tecnológico. “Atualmente, em Ponta Grossa, está se formando o ecossistema de inovação na construção civil. É um início, mas estamos trabalhando com isso para trazer a inovação para o setor que é uma das áreas mais arcaicas”, diz. Um dos atores nesse ecossistema é o Sebrae. “O desenvolvimento do setor acontece principalmente por meio da criação de um plano de ação, cujas ações sejam coerentes e adequadas, com o intuito de tornar o setor mais inovador e competitivo, com forte capacidade de implementação e com monitoramento dos resultados”, explica a consultora do Sebrae/PR, Maísa Silvestrin. Os encontros são periódicos e ocorrem de forma online. O grupo inicial de governança já foi criado e o próximo passo é iniciar a construção do plano de ação.

PG Competitiva