AQUECIMENTO DA CONSTRUÇÃO REFLETE EM TODA CADEIA ECONÔMICA
OBRAS MOVIMENTAM INÚMEROS SETORES DA ECONOMIA, IMPULSIONAM DIVERSOS RAMOS E PROPICIAM O DESENVOLVIMENTO, ATRAINDO
NOVOS INVESTIMENTOS
Toda a expansão do setor do ramo imobiliário e da construção civil impacta diretamente em inúmeros aspectos da economia municipal. Dados do setor apontam que a construção, com sua ampla cadeia agregada, movimenta diretamente 62 atividades econômicas, que somadas movimentam quase 10% do PIB nacional. Somente em Ponta Grossa, por exemplo, há quase 10 mil trabalhadores com carteira assinada atuando no ramo da construção civil - pessoas que têm sua renda no ramo e gastam no comércio local, girando o ciclo da economia. Economia aquecida gera a demanda por oportunidades no comércio e em serviços, estimulando novos investimentos e fomentando ainda mais a movimentação de renda. E sem falar que é um ramo que movimenta valores na casa de milhares e milhões, que refletem também na arrecadação de impostos junto ao município em todos os ciclos, na construção, compra e durante o período de moradia.
“O impacto é bastante expressivo na economia, porque o setor da construção civil é um dos segmentos que, quando dinamizado, ele mais rapidamente consegue atingir a economia, porque tem nível de empregabilidade bastante intenso”, resume a economista Augusta Pelinski Raiher, doutora em economia de desenvolvimento regional e professora da UEPG. “Por esse fato, é um setor chave para dinamizar, a curto prazo, regiões estagnadas. Diferente da indústria, que consome bens intermediários de fora, a construção não: em boa parte é abastecida por produtos daqui, e a renda fica aqui, gerando efeito multiplicador. Então isso é bom para a economia, que aumenta e mostra resultado a curto prazo, e o município pode entrar num círculo virtuoso, gerando novas oportunidades decorrentes da construção”, frisa. Números do Caged, divulgados pelo Ministério da Economia, mostram que, em maio de 2021, Ponta Grossa tinha 9.606 trabalhadores empregados, com carteira assinada, no ramo da construção civil. Isso representa mais de 10% do estoque total de 94.765 trabalhadores formais na cidade. É um percentual maior que a média nacional: dos 40,5 milhões de trabalhadores no Brasil, 2,4 milhões estavam na construção, o que representa 5,9% do total. “E essa mão de obra não é tão qualificada, em geral, então gera uma massa de renda que cai na população que tem maior propensão a consumir, porque como os salários são menores, a maior parte desse dinheiro é despendido”, explica Augusta.