1509-PG-1001

ELIZABETH PROJETA FUTURO MODERNO, MAS COM RAÍZES HISTÓRICAS

PREFEITA DESTACA MUDANÇA ‘RADICAL’ NA VERTICALIZAÇÃO E EXPANSÃO DA CIDADE NESTAS ÚLTIMAS DÉCADAS

Natural de Ponta Grossa, a prefeita Elizabeth Schmidt (PSD) testemunhou, com os próprios olhos, parte do desenvolvimento do município. Ela nasceu em 1951, na década da construção do primeiro prédio com mais de cinco andares da cidade, o edifício Itapoã, com 10 pavimentos, na esquina das duas maiores vias do centro - a rua Balduíno Taques e a Avenida Vicente Machado. Nesta época, o Censo do IBGE apontava que a cidade sequer tinha 55 mil habitantes. Formada em pedagogia pela UEPG, Elizabeth foi professora por cerca de quatro décadas, e entre 2005 e 2012, foi secretária Municipal de Cultura e Turismo, além de ter sido membro suplente do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Ponta Grossa.

Hoje, como a primeira mulher eleita na história da cidade para ocupar o cargo máximo do legislativo municipal, escolhida pela população para gerir a cidade neste marco dos 200 anos da Princesa dos Campos, para encerrar seu segundo centenário e iniciar a trajetória de um novo ciclo, a prefeita destaca que a atual fase de desenvolvimento é marcada pela mudança radical de uma cidade que nasceu com vocação para grandeza, e que, no futuro, será intensa, grande e melhor, porém histórica e humana.

Elizabeth, como prefeita e cidadã, que acompanha o desenvolvimento da cidade há algumas décadas, como é estar assistindo esse crescimento visível do setor imobiliário?

Uma das imagens mais marcantes da campanha eleitoral de 2016 foi a que fiz, então como candidata a vice-prefeita, no topo daquele que seria o edifício mais alto de Ponta Grossa, à época. O que vimos naquele momento, eu e o então prefeito Marcelo Rangel, foi uma cidade efervescente. Como eu tenho muita experiência de vida, e como sempre palmilhei todos os recantos de Ponta Grossa desde muito jovem, sei, vejo e sinto essa mudança. Antes, dizia-se que a paisagem era urbana. Depois, falávamos em crescimento vertical. Hoje, o termo adequado seria skyline. E o que vimos nestes anos todos: uma mudança radical. Dos casarões ancestrais sendo substituídos por arquitetura modernista, depois contemporânea, depois se decompondo em muitos e diferentes estilos. A cidade cresceu para os lados, para cima e para dentro. O que havia de campos hoje abriga casas, lotes, condomínios. Soubemos preservar nossas matas, com alguns parques urbanos, e estamos conseguindo recuperar importantes espaços em fundos-de-vale. A verticalização, no entanto, é uma tendência que não tem mais volta. E isso traz muitas consequências, em especial no sistema viário, que é basicamente o mesmo desde o último quarto do século passado. O grande desafio é regular esse adensamento, para que se preserve os espaços públicos, o trânsito tenha fluidez e que a cidade não perca sua humanidade.

A que atribui essa grande explosão de investimentos no setor imobiliário?

Ponta Grossa nasceu com vocação para a grandeza. Nossas instituições de ensino superior cresceram centenas de vezes, nosso comércio é hoje diversificado e nossas indústrias são tão numerosas e variadas que seria inviável apontar só alguns setores como ‘fortes’. Somos fortes em todas as áreas. O investimento imobiliário é uma consequência do crescimento econômico, e reflete o quanto Ponta Grossa se tornou atraente: para viver, para estudar, para investir, para produzir e também para construir.

Como avalia esse ‘boom’ no setor? Quais os benefícios para o município ter esse setor tão pujante como está neste período?

São muitos os benefícios – e de igual dimensão as preocupações daí resultantes. O benefício mais óbvio é a produção de riqueza. Uma construção significa investimento em infraestrutura, mão-de-obra, matéria-prima, acabamento, documentação, mobiliário, serviços, enfim, em tudo que produz emprego e renda. Se há um setor imobiliário aquecido, há gente construindo, vendendo e comprando. E, portanto, mais e mais gente sendo empregada, gerando empregos e produzindo riquezas também em outros setores.

Há muitos anos, Ponta Grossa discute a execução de um Plano Diretor. Qual a relevância desse documento na orientação do desenvolvimento da cidade e quais os principais tópicos que ele deve priorizar?

O Plano Diretor contém todas as regras e normas para alcançar exatamente isso que demonstramos e queremos. Veja bem, como nossa cidade está crescendo e vai crescer ainda mais, é importante que esse crescimento seja ordenado. Urbanização, trânsito e transporte, mobilidade, equipamentos e serviços, tudo isso é objeto do Plano Diretor. É essencial que o Plano Diretor seja discutido, compreendido e assumido por cada cidadão. Porque o reflexo desse ordenamento vai ser sentido, de alguma forma, por todos os habitantes da cidade.

Assim como todos os bônus, há alguns ônus com a expansão. De que forma a Prefeitura trabalha para minimizar esses ‘problemas’ decorrentes da evolução?

Justamente esse é o objetivo: o adensamento da cidade tem sim consequências, mas o custo é muito mais baixo do que estender toda a infraestrutura até regiões mais distantes. O Plano Diretor e o Plano de Mobilidade foram pensados por isso, e nós temos uma política muito clara de gestão desse crescimento. A prioridade é sempre o coletivo. O principal é o transporte coletivo, a segurança coletiva, a saúde coletiva, a mobilidade coletiva, a educação coletiva, a circulação coletiva! Temos como compromisso formal o fortalecimento do Iplan justamente para isso: preparar a cidade para crescer de maneira ordenada, segura e inteligente.

E agora falando de futuro, como Elizabeth Schmidt vê o futuro da cidade e imagina que estará Ponta Grossa nas próximas décadas neste âmbito?

Ah, eu vejo uma cidade intensa! Grande, porém humana. Forte, porém gentil. Futurística, mas histórica. Sonho com uma cidade que consiga amadurecer bem. Trabalho por uma cidade que viva bem. Todos os dias, logo ao sair da cama, tenho comigo que minha missão neste momento é essa: mobilizar quem for necessário e fazer o que for preciso para que Ponta Grossa seja – o mais rápido possível – uma cidade maior, melhor e muito mais humana. É isso que esperam de mim, e é isso que eu me propus a fazer.

PG Competitiva