Ponta Grossa vive, desde 2011, um de seus maiores ciclos de desenvolvimento econômico. Impulsionado pelo Paraná Competitivo, programa estadual de incentivos que concede benefícios para a instalação de empresas, mais de 50 indústrias, entre elas diversas multinacionais, escolheram a cidade para iniciar suas atividades ou ampliar suas atuações. Isso resultou no crescimento e expansão de todos os setores da economia, acima da média nacional, e refletiu especialmente no setor da construção civil. Mais pessoas vieram para a cidade, e com maior renda circulante, fez com que o mercado imobiliário fosse constantemente demandado, não só em imóveis residenciais, mas também comerciais.
Uma das provas mais concretas para essa afirmação é a quantidade de cadastros de IPTU registrados no município. Ponta Grossa entrou em 2011 com 110.986 unidades diferentes, para as quais houveram lançamentos do imposto. Tal número saltou para 165.978 ao final de 2020, ou seja, um aumento de 55 mil unidades. Dessa forma, houve a elevação de 50% no número de imóveis na cidade em uma década, o que, em outras palavras, mostra que de tudo o que Ponta Grossa levou para se desenvolver em 187 anos, em apenas 10 ela cresceu o equivalente a metade disso - é quase o famoso 50 anos em cinco, como pregava o plano de metas de Juscelino Kubitschek (JK). O valor lançado de IPTU na cidade saiu de R$ 34,9 milhões, em 2011, para R$ 87,7 milhões em 2021. Outro dado que mostra a pujança é a expedição de alvarás e a metragem construída liberada na cidade. Números do Departamento de Urbanismo da Secretaria Municipal de Planejamento mostram que desde janeiro de 2012, foram emitidos 29 mil alvarás de obras, para a edificação de 41.195 imóveis. Somada toda a área liberada para a construção, foram 6,6 milhões de metros quadrados, o que equivale a cerca de 900 campos de futebol. Somente neste primeiro semestre de 2021 já foram solicitados 1.405 alvarás para obras, para a construção de 2.617 edificações. Este último número, proporcionalmente, é o maior valor desde 2012 - para se ter ideia, no ano todo de 2020, foram solicitados alvarás para 3.571 edificações, e o já liberado neste ano equivale a quase 75% do total do ano passado todo.
Quanto à altura, os dados do levantamento do Departamento de Urbanismo da Prefeitura de Ponta Grossa apontam que, desde 2012, houve a liberação de 348 alvarás para construções com mais de 4 andares, ou seja, prédios e edifícios. Nesta conta, dois anos foram os mais simbólicos para a verticalização da cidade, 2014 e 2016, quando foram liberados para construção, respectivamente, 54 e 57 edifícios com mais de 4 andares. Em 2020, foram 27, e em 2021, no primeiro semestre foram 8. Já quanto à área construída, 2014 foi o ano com o maior volume, com a liberação de 25 obras com mais de 10 mil metros quadrados. Em 2017, foram apenas cinco com mais de 10 mil, ao passo que neste ano de 2021 foram sete liberações no semestre, valor quase igual a todo 2020, quando houve a liberação de oito. Outro termômetro da construção civil é a liberação de Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs), por parte do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), que englobam execuções de obras civis (casas, prédios, indústrias, entre outros) e serviços como avaliações, perícias e projetos. Somente neste ano, foram emitidas 1.072 ARTs em Ponta Grossa, entre janeiro e julho. Proporcionalmente, é o segundo maior valor já registrado, apenas atrás do somado em 2020, com 1.993 no decorrer do ano. Apenas por comparação, o valor de 2021 já é superior ao registrado durante todo o ano de 2011 (933) e 2014 (1.040), por exemplo.