0412-ANU-2001

A FORMAÇÃO DO ADVOGADO DO SÉCULO XXI

As transformações da sociedade exigem que o profissional do Direito esteja sempre atualizado sobre as novidades tecnológicas e tudo que envolve sua área de trabalho. Mas também exigem que as instituições de ensino superior estejam aptas a preparar os novos membros da comunidade jurídica, tanto com relação às mudanças tecnológicas quanto à necessidade de aprender técnicas de mediação e soluções extrajudiciais de conflitos.

No que diz respeito às questões de mediação, o advogado e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Egon Bockmann Moreira, avalia que os cursos de graduação ainda precisam de algumas adaptações para oferecer o aprendizado necessário. Por isso, o profissional precisa aliar a prática a cursos específicos sobre a área. “Mediação é o tipo de coisa que não se aprende na teoria, se aprende na prática”, analisa. Ele acredita que o ensino jurídico está parcialmente preparado para formar o profissional do século XXI. “Num mundo tão veloz como o nosso, em que as construções são alteradas cotidianamente, a gente precisa saber com profundidade a base do conhecimento: teoria geral, filosofia, história e ética”, opina. Para ele, o conhecimento profundo nestas áreas permite que o profissional se torne apto a manusear essas mudanças. Usando a instituição que leciona como base, ele explica que ainda há espaço para melhorar principalmente nos novos desafios da área jurídica. “Não temos aula de negociação, não tem disciplina estrutural de arbitragem, de mediação, não há disciplina estrutural que conviva com outros saberes”, complementa. O professor avalia que o profissional do Direito precisa, cada vez mais, ter noções de programação e de computação em geral, principalmente para lidar com os problemas que têm se tornado frequentes relacionados aos meios digitais. “Falando em programação, eu já tenho 30 anos de advocacia e não tenho que me preocupar tanto quanto os mais jovens, porque isso se tornará cada vez mais fundamental”, completa.

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