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O GERENCIAMENTO DA JUSTIÇA COM AS FERRAMENTAS DIGITAIS

A sociedade vem se alterando de diferentes maneiras com o avanço da tecnologia, e a Justiça busca se adaptar e encontrar as melhores formas de entrar no mundo digital e de utilizar as ferramentas por ele oferecidas para trazer agilidade às próprias demandas. Um exemplo de sucesso que demonstra como os avanços tecnológicos podem influenciar positivamente no gerenciamento é o sistema Projudi, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), responsável pelo processamento, gerenciamento e arquivamento de milhões de processos judiciais. Ele começou a ser instalado em 2007 em Curitiba, Campo Largo e Foz do Iguaçu e, a partir de 2011, foi expandido para todo o Estado. Já em 2014, o primeiro grau não recebia quase nada em papel. Três anos depois, o segundo grau aderiu ao sistema.

O desembargador Marcelo Gobbo Dalla Dea é o supervisor de Tecnologia da Informação do TJPR e participou do procedimento de instalação do serviço. Para ele, o maior desafio encontrado não se refere necessariamente a questões de software ou desafios tecnológicos. “O maior problema foi ensinar o advogado mais antigo a entender como o sistema funciona, a segurança desse sistema e que ele deveria desapegar de velhas tradições”, comenta. “Juízes e advogados mais jovens já nasceram num mundo diferente, mas quem cresceu na profissão como operador de direito usando materiais físicos, criar essa cultura digital talvez tenha sido meu maior desafio”, completa. O esforço deu certo e hoje o sistema é utilizado em todo o Paraná com êxito. Conforme o desembargador, o banco de dados do Projudi continha, em 8 de outubro de 2018, aproximadamente 11 milhões de processos, dos quais 3,1 milhões estavam em efetivo andamento. Nesta data, eram 2,9 milhões de processos no primeiro grau, além de 112 mil ativos no segundo grau e outros 160 mil no recursal. O desembargador acredita que o principal benefício da informatização do Poder Judiciário é a celeridade. Segundo ele, alguns recursos hoje são julgados em questão de dias quando, no passado, “nenhum recurso entrava em pauta com menos de três meses”. O jurista também cita que em dezembro de 2015, quando os processos em papel começaram a ser digitalizados, havia 3,4 milhões de processos em andamento no primeiro grau. Hoje, esse número caiu para 2,9 milhões - redução de aproximadamente 500 mil em três anos e meio. “Eu costumo dizer que hoje os juízes têm um volume mais ou menos estável de processos, mas um volume de trabalho muito maior porque o Projudi acelera de forma exponencial as decisões judiciais”, conclui.

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