Editorial
Crime age em todos os extremos de PG
Da Redação | 11 de maio de 2022 - 01:36
O recrudescimento da violência em Ponta Grossa tem algumas causas conhecidas: aumento da pobreza por conta da pandemia, disputa de territórios pelo tráfico de drogas, a quantidade de armas nas mãos dos bandidos é enorme e existe uma guerra entre facções na cidade.
O poder público, pelo menos até o momento, não consegue inibir a ação dos criminosos. Entre as justificativas estão o baixo efetivo da força policial e o crescimento desordenado de Ponta Grossa. Em alguns bairros, o atendimento de ocorrência demora acima de 40 minutos. Em muitas vilas, não existe o trabalho preventivo da PM.
Na segunda-feira (9), num intervalo de 60 minutos, ocorreram dois homicídios na cidade: no Residencial América (zona Oeste) e outro no Recanto Verde (zona Leste). Os dois extremos do município foram impactados pela violência. Nesses dois lugares não existem dispositivos da polícia.
Levantamento realizado pelo Portal aRede e Jornal da Manhã, com base em relatórios divulgados pelo 1º BPM e 13ª SDP, mostra que neste ano já ocorreram 36 homicídios em Ponta Grossa – média extremamente alta de um assassinato para cada intervalo de 3 dias e meio.
A sociedade precisa reagir. As entidades, sindicatos, igrejas, clubes de serviços não podem ficar omissos num momento de crise social potencializada pela escalada da violência. É momento de buscar soluções. É hora de olhar para Ponta Grossa diferenciadamente. As virtudes são muitas, mas há problemas crônicos que necessitam de solução.
O momento exige, também, que as lideranças políticas e empresariais do Município vão bater à porta da Secretaria de Segurança e exigir recursos humanos e materiais para a cidade. Os efetivos das forças policiais estão desfasados há muitos anos. Este detalhe impede uma prestação de serviço de qualidade.
Existe um indicativo de mobilização da Ordem dos Advogados do Brasil e da Câmara de Vereadores. Que outras entidades se juntem a elas e produzam força suficiente para obter os necessários recursos à área de segurança pública.