Editorial
A Ômicron, H3N2 e os tempos de incertezas
Da Redação | 13 de janeiro de 2022 - 00:38
Enquanto no Paraná o secretário e Saúde, Beto Preto, avaliava o cenário pandêmico no Estado, reforçando ações preventivas e pedindo o comprometimento das Prefeituras para intensificar a vacinação, o presidente Jair Bolsonaro, de Brasília, sugeriu que a variante Ômicron, de alto potencial infeccioso, é “bem-vinda” no Brasil. Apesar do aumento no número de casos de covid-19 no país, o presidente minimizou os efeitos da variante, afirmando se tratar de um “vírus vacinal”.
O despreparo do presidente, que fala sem conhecimento de causa, pode, eventualmente, agravar um momento extremamente crítico e perigoso, num país um total desgoverno, afundado em problemas sociais e com uma inflação de dois dígitos. O presidente, ao contrário do pensamento da maioria da população, voltou a criticar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos. Com dados equivocados, o presidente disse que o número de mortes infantil em decorrência do coronavírus. O Brasil teve mais de 300 óbitos de crianças por covid-19.
No Paraná, além da Ômicron (um caso foi confirmado em Curitiba), o Estado enfrenta, agora, a epidemia da gripe Influenza. O aumento no número de casos diários de H3N2 (um tipo do vírus Influenza A) e óbitos em decorrência da doença levaram a esta decisão. A transmissão dos vírus da Influenza, em sua maioria, ocorre durante os períodos mais frios, no inverno. Agora, o Estado vive uma situação atípica de confirmações de casos durante o verão, aumentando consideravelmente a procura por atendimento médico em todas as regiões.
A transmissão do vírus acelerou durante as festividades de fim de ano, por conta do grande número de aglomerações familiares pelo Natal e Ano Novo, além de muitas pessoas no Litoral do Estado. Com isso, a transmissão da doença se intensificou. É preciso continuar com os cuidados, com o uso de máscaras, álcool em gel, lavagem das mãos e distanciamento quando possível.
O correto é ouvir e seguir rigorosamente as recomendações das autoridades da área médica. Com essa mesma intensidade, a população deve deixar de ouvir as bobagens proferidas pelo presidente da República.