Editorial
Crise no transporte tem novo capítulo em PG
Da Redação | 01 de outubro de 2021 - 00:59
Em meio à discussão sobre a possibilidade de um novo reajuste do transporte coletivo, Ponta Grossa é surpreendida por um posicionamento do Sintropas, sobre uma possível paralisação dos ônibus, na semana que vem. Na possibilidade de isso acontecer, será a segunda greve no ano. É dor de cabeça para o usuário. É preocupação para as lojas e indústrias. Será um desastre para a economia do Município.
Nesta semana, a Viação dos Campos Gerais enviou um comunicado para os funcionários do transporte coletivo, confirmando o parcelamento dos salários relativos ao mês de outubro. Fez este pronunciamento sob a justifica de haver dificuldades em honrar seus compromissos por conta da "pior crise da história" registrada no sistema.
Um monitoramento feito pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) aponta que nos últimos 14 meses os sistemas de transporte público por ônibus no Brasil tiveram um prejuízo de R$ 14,2 bilhões. Segundo o levantamento, o setor teve a demissão de mais de 76 mil trabalhadores no país, em razão da pandemia de Covid-19.
Segundo a empresa, outros diversos fatores tornam a operação totalmente desequilibrada e insustentável há muitos meses, seja pela tarifa totalmente defasada (os valores hoje pagos pelos usuários têm por base fevereiro de 2019), e pelo fato de os veículos estarem rodando milhares de quilômetros vazios e nenhuma medida efetiva tem sido tomada para que a VCG possa operar em equilíbrio.
Recentemente, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos expressou sua preocupação com a escalada de preços dos combustíveis, em especial do diesel, que move a frota nacional de ônibus urbanos e de caráter urbano e é um insumo fundamental para a prestação desse serviço essencial à população brasileira e à economia do País.
O diesel responde em média por 26,6% do custo total das empresas operadoras; como os reajustes aplicados ao diesel este ano representam uma alta acumulada de 51% no preço do combustível, o impacto direto no custo das empresas operadoras do transporte público por ônibus urbano é de 13,5%, o que deve ser repassado, de imediato, para as tarifas públicas naqueles sistemas de transporte que não têm subvenção pública.