Editorial
O medo bate à porta das unidades de saúde
Da Redação | 23 de julho de 2021 - 01:14
O tema falta de segurança em unidades públicas de saúde
volta à pauta por conta de um episódio ocorrido em 16 de julho quando um cidadão
tentou agarrar uma funcionária da Unidade de Pronto Atendimento Santana,
localizada na área central de Ponta Grossa. A intenção do crime se potencializa
por um simples motivo: a desproteção do trabalhador e a certeza da morosidade
da punição – se é que vai ter.
Não se trata de uma situação exclusiva enfrentada por quem
trabalha em Ponta Grossa, mas os profissionais estão abandonando seus postos de
trabalho porque não querem ser assaltados ou agredidos durante o plantão. E
isso está gerando um problema sério para a saúde pública.
Os poucos investimentos na segurança das instituições de
saúde e a falta de apoio dos empregadores ou dos órgãos de segurança pública,
têm deixado esses profissionais vulneráveis. É fato que os seguranças das
instituições estão mais voltados para preservação do patrimônio.
Neste contexto, é importante exaltar o posicionamento do
Sindicato dos Servidores Municipais, que esteve na Câmara de Vereadores
cobrando das autoridades do Município providências urgentes no sentido de
oferecer segurança aos trabalhadores lotados na UPA Santana.
Nas últimas semanas, esses servidores vêm sofrendo agressões
verbais e até mesmo, ameaça de agressão física. No último sábado, uma pedra foi
atirada e quebrou uma das janelas da UPA, quase atingindo uma servidora. No último dia 12, a Guarda Municipal foi acionada para intervir, pois, algumas pessoas ameaçavam agredir os trabalhadores da UPA.
A agressão a profissionais de saúde vem se tornando uma
prática frequente nesse cenário de calamidade pública ocasionada pelo
Coronavírus. Diante de uma crise provocada por um vírus, não há dúvidas que o
setor mais prejudicado é o da saúde. O temor gerado pelo número de mortes faz
com que as pessoas superlotem indevidamente os hospitais e unidades de saúde em
busca de atendimento imediato.
É importante a Secretaria de Cidadania e Segurança Pública
buscar soluções junto à Polícia Militar e à Polícia Civil para a falta de
segurança nesses locais. Os profissionais já estão estressados com a forte
rotina de trabalho e principalmente por conta da pandemia e da possibilidade de
se contaminarem pelo novo coronavírus.