Editorial
Cenário político pode ser ponto favorável a PG
Da Redação | 13 de julho de 2021 - 05:18
Se depender da questão política, a Escola de Sargentos das
Armas (ESA) ficará com Ponta Grossa. O presidente Jair Bolsonaro não validará
um investimento superior a R$ 1 bilhão para Eduardo Leite (PSDB), governador do
Rio Grande do Sul, com quem poderá disputar as eleições presidenciais em 2022.
Neste mesmo cenário, ele não autorizaria a construção em Pernambuco, governado
por Paulo Câmara (PSB), com quem troca alfinetadas há um bom tempo.
Ponta Grossa disputa a ESA com Santa Maria-RS e Recife-PE.
Em visita ao Município na última sexta-feira (9), o General Paulo Sérgio
Nogueira de Oliveira, comandante do Exército Brasileiro, disse que a decisão
será ‘técnica’ e não ‘política’. Mas, uma declaração do Comando Militar deixou
o governador Ratinho Junior e a prefeita Elizabeth Schmidt animados:
"Nossa intenção é levar em consideração todos esses aspectos. Torcemos
pelas três, que vença a melhor, mas o mais importante é ver que o Paraná tem
muita chance de sediar a futura Escola de Sargentos do Exército".
O fato é que Ponta Grossa está oferecendo o ‘mundo e o
fundo’ para ficara com a instituição militar. Além de prescindir da Embrapa,
que deve ir para Palmeira e, em contrapartida, repassaria o terreno de
37,5 km² para a construção da nova ESA, na região do Botuquara, a
administração municipal doará quatro terrenos urbanos com área total de 35 mil
m² para a construção de próprios nacionais residenciais (casas para militares).
Nas principais concessões do Município ao Exército
Brasileiro estão, ainda, cessão de imóvel com 6,2 mil m² para o estabelecimento
do Hospital de Guarnição de Ponta Grossa; cessão de imóvel para o
estabelecimento do Colégio Militar de Ponta Grossa ou núcleo do Colégio Militar
de Curitiba; e cessão de hangar no Aeroporto Santana com 362 m² de área
construída e 16,3 mil m² de área não edificada, bem como a ampliação de
operação do aeroporto.
A Prefeitura não confirma, mas entre os imóveis que poderão ser repassados ao Exército estariam a antiga área do Aterro do Botuquara, desativado em 2018; e o antigo prédio do Hospital 26 de Outubro, onde fica a Secretaria de Ação Social. Há dois anos, o Executivo elaborou um projeto de lei para vender este imóvel, justificando o alto custo operacional.
O fato é que Ponta Grossa e o Exército têm uma relação histórica e a ESA vai consolidar essa parceria.