Editorial
Agravamento da crise penaliza a população
Da Redação | 01 de julho de 2021 - 01:37
O agravamento da crise política no Brasil, impulsionado pelo
chamado superpedido de impeachment de Jair Bolsonaro, é apenas mais um dos
tantos martírios da população. Está difícil de sobreviver. Empresas continuam
fechando, o desemprego é alto, o custo de vida é elevadíssimo e a pandemia
enterra milhares de pessoas todos os dias. Falta otimismo e sobra desesperança.
O superpedido de impeachment protocolado na tarde desta
quarta-feira (30), na Câmara dos Deputados, afirma que o presidente cometeu
pelo menos 21 crimes descritos na Lei nº 1.079/1950 (Lei do Impeachment). Até o
momento, foram protocoladas 122 denúncias de prática de crimes de
responsabilidade cometidos pelo presidente – desses, seis pedidos foram
arquivados.
O pedido desta quarta-feira (30), reúne a articulação de
diversos partidos, parlamentares de amplas orientações políticas, da esquerda à
direita, lideranças sociais, coletivos e movimentos populares, além de pessoas
físicas.
A batalha verbal no meio político foi deflagrada. A oposição sustenta que milhares e milhares
de brasileiros foram condenados à morte por falta de vacina, para que a recusa
na compra de outras vacinas permitisse a rapidez e facilidade na compra de
outra vacina, uma vacina intermediada por uma empresa suspeita. Ainda que o
presidente poderia até não ser ligado à compra suspeita, mas nada teria feito
ao ser avisado das irregularidades.
O fato é que o presidente da República precisa explicar para
a população se ele sabia ou não de possíveis irregularidades em relação à
compra da vacina. Se ele sabia e não abriu investigação interna pode ser
enquadrado sim no crime de prevaricação. O problema, neste cenário, é que existem
muitos políticos literalmente fazendo política com essa questão da vacina,
política com a pandemia, mas atingindo a população.
O caminho normal é instauração de um inquérito na Polícia
Federal, com todas as provas para subsidiar as investigações. Se forem
verdadeiras, que achem os responsáveis. Se não for, cada um que responda por
seus atos e aguente as consequências