Editorial
A crise da covid pode forçar novo lockdown
Da Redação | 26 de maio de 2021 - 02:04
A possibilidade de Ponta Grossa enfrentar um segundo
lockdown, neste semestre, é admitida a partir da análise dos números da covid e
do estrangulamento da capacidade hospitalar. O município continua no epicentro
da crise do Paraná e apenas medidas drásticas poderiam reverter este cenário.
Quem vai decidir se ‘fecha tudo’ será o Comitê de Gerenciamento de Ações
Governamentais para Prevenção e Defesa contra o vírus, que tem reunião marcada
nesta semana.
Alguns indicativos mostram este caminho. Novo boletim
divulgado pelo Hospital Universitário de Ponta Grossa (HU-UEPG) revela a crise
que a unidade hospitalar enfrenta com falta de leitos e sobrecarga de
atendimento. O documento mostra que não havia vagas de UTI disponíveis nessa
terça-feira (25), tanto na ala da covid-19, como também na ala geral. De
acordo com a nota da assessoria do HU-UEPG, todas as 46 vagas da Unidade de
Terapia Intensiva que o hospital dispõe para tratamento da covid-19 estão
ocupadas. O documento mostra ainda que na ala geral, há 10 pacientes em
tratamento ocupando todas as vagas da unidade.
A Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Ponta Grossa
confirmou, nesta terça-feira (25), que mais 227 testes foram positivados para a
covid-19. É um dos maiores números de confirmações no período de 24 horas desde
o primeiro dia de abril. Com o resultado informado nesta terça, o número total
de infectados passou de 38.005 (segunda-feira) para 38.232 (terça-feira). Deste
total, mais de 13 mil ainda não estão considerados recuperados, ou seja, ainda
com possibilidade de transmissão do vírus. O número de mortes, nas últimas 24
horas, foi três, totalizando 923 óbitos desde o início da pandemia.
Provavelmente, antevendo essa possibilidade, o setor produtivo
inicia uma mobilização. A Associação Comercial, Industrial e Empresarial de
Ponta Grossa (Acipg), por meio do Núcleo do Comércio, lançou ontem a campanha
“O comércio não pode parar”, em que defende a permanência das lojas abertas no
município. A ação visa alertar para a necessidade de se manter o comércio
funcionando, após o setor ter sido penalizado com o fechamento durante momentos
mais duros da pandemia da Covid-19.