Editorial
População de PG não pode ser penalizada
Da Redação | 29 de abril de 2021 - 02:52
A crise financeira da Viação Campos Gerais, as mobilizações
do Sintropas e este desacordo comercial entre a Prefeitura e a concessionária
de ônibus, são situações que não podem ficar acima dos interesses da população,
em especial dos usuários de ônibus.
O cidadão está sendo penalizado. Isso é fato. A frota
operacionalizada com o limite de 50% o expõe há diferentes tipos de riscos. O
principal (e o mais temível) é a covid-19. Os ônibus trafegam entulhados, o que
potencializa a propagação desse vírus mortal.
Toda esta crise atinge diferentes segmentos. O atual impasse
em que o transporte público de Ponta Grossa se encontra, com o sistema de
ônibus operando em 50% de sua capacidade, tem gerado preocupação aos
comerciantes do município. O temor principal dos lojistas é que com as lotações
dos ônibus verificadas ao longo de um mês, o nível de casos de covid volte a
subir.
O Núcleo do Comércio da Associação Comercial, Industrial e
Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG) tem manifestado constante preocupação desde
que o impasse no sistema de transporte público da cidade iniciou, e além de uma
eventual volta da elevação de contaminações, os lojistas ponta-grossenses temem
que uma nova crise seja acompanhada de medidas restritivas ao setor, como
ocorreu no mês de março.
A VCG reconhece o direito à livre manifestação dos seus
colaboradores diante da situação gravíssima e embora haja uma decisão da Justiça,
a situação financeira da empresa não se altera. O momento é extremamente grave,
delicado e sensível, sobretudo porque o transporte coletivo interfere na
dinâmica de toda a sociedade, prejudica substancialmente o comércio, indústria
e serviços, além de intervir diretamente na vida das pessoas. Estas, por sua
vez, são as mais prejudicadas em face ao cenário imposto na nossa cidade e que
fatalmente se agravará diante de uma paralisação total.
Ontem, no fim da tarde, a Justiça do Trabalho de Ponta
Grossa ordenou o bloqueio dos bens da VCG para sequestrar o montante de R$ 2,2
milhões com intuito de efetuar o pagamento dos salários atrasados dos
colaboradores da empresa do transporte coletivo. Soma-se a este evento, a
decisão de os funcionários interditarem por três horas os terminais do Centro,
Oficinas, Uvaranas e Nova Rússia.