Editorial
30% dos óbitos causados pela covid ocorreram neste ano
Da Redação | 10 de março de 2021 - 01:23
É extremamente grave a situação do Paraná em relação à
pandemia. O Estado vive o pior momento com aumento de contaminação, crescimento
dos óbitos e estrangulamento da capacidade hospitalar. Faltam unidades de
terapia intensiva e sobram problemas. Todo este cenário de adversidade levanta questionamentos
sobre a eficiência dos programas de enfrentamento ao coronavírus. Mostra também
a irresponsabilidade desta parcela da população que ignora o risco e não segue
as recomendações sanitárias.
O secretário da pasta, Beto Preto, foi enfático: o Paraná
atravessa o momento mais crítico da pandemia da Covid-19 desde o início dela,
em 2020. Cerca de 30% dos óbitos dos paranaenses por Covid aconteceram neste
ano e a aceleração tem relação com a chegada da nova cepa, que é a variante
amazônica do Coronavírus no Paraná, a P.1. Esta cepa é mais contagiosa, mais
rápida e faz a evolução da doença acontecer de forma mais objetiva, o que faz
com que as pessoas possam se curar mais rápido, mas também piorar rápido.
O vírus mais agressivo criou novos problemas ao setor de
saúde. O tempo médio de permanência dos pacientes em leitos hospitalares no
Paraná elevou-se em 11%. Significa dizer que uma pessoa que ficava 12 dias
internada, agora fica em média 14 dias. Houve em um ano um aumento de 85% nas
internações de UTI além de 58% no número absoluto de pacientes internados.
O Governo do Estado tem cobrado a Coordenação-geral de
Imunizações do Ministério da Saúde para receber as vacinas, ou comprá-las,
assim que for possível. A nova fábrica da Fiocruz vai passar a produzir 700 mil
doses diárias da vacina AstraZeneca Oxford. Mais de 1,3 mil novos leitos
hospitalares foram abertos no estado em conjunto com a rede hospitalar
paranaense, seja do Estado, filantrópica ou privada. Nos últimos 15 dias, foram
montados o equivalente a dois hospitais de campanha completos, porém dentro dos
hospitais já existentes.
Em Ponta Grossa, o total de mortes saltou nessa terça-feira
(9) de 432 para 438. Ontem, ainda, mais 206 novos casos confirmados da doença. A
Fundação Municipal de Saúde informou também que 5.461 casos estão sendo
monitorados; 40 casos suspeitos estão hospitalizados; e 150 óbitos foram
descartados.