Editorial
Os decretos e a falta de conscientização
Fernando Rogala | 02 de março de 2021 - 00:05
Os decretos estadual e municipal, que ampliaram as restrições para combater o coronavírus, e entraram em vigor neste sábado, trouxeram inúmeras medidas para reduzir o fluxo de pessoas nas ruas e diminuir as aglomerações. A intenção era diminuir a disseminação desse vírus, que tanto está contaminando pessoas e levando ao óbito. Contudo, não foi exatamente isso que vimos nesses primeiros dias, seja em Ponta Grossa, seja na região, ou seja no Paraná como um todo.
Pela noite, diversos estabelecimentos foram flagrados abertos, desrespeitando o decreto. Essas empresas foram notificadas. Festas clandestinas também foram descobertas e interrompidas pelas forças policiais. No sábado, primeiro dia de vigor do decreto, lojas do comércio também foram flagradas abertas, desrespeitando as leis. E o movimento na região central no sábado foi acima do esperado, acima do visto nos dias do primeiro decreto restritivo da pandemia, entre março e abril de 2020.
Já nesta segunda-feira (1), chamaram a atenção as imagens de ônibus lotados, de muita gente esperando ônibus nos terminais. As medidas estabelecidas no decreto municipal previam a redução de 50% no número de veículos para o transporte público – afinal, com o funcionamento apenas de empresas de serviço essencial, esperava-se uma grande redução no fluxo de passageiros. Contudo, não foi isso que se viu. Medidas precisaram ser tomadas por parte do município e da VCG, para que houvesse um aumento no número de carros para reduzir a aglomeração.
Tudo isso prova que não basta apenas leis mais duras. É preciso, também, a conscientização da população. A conscientização para a gravidade do momento pelo qual estamos passando. É a maior crise na saúde do último século, a maior pandemia mundial dos últimos 100 anos, e nem assim há compaixão, empatia de muitos para com os próximos. Até porque, se aglomerações continuar existindo, se filas se formarem em locais, mantendo o índice de transmissão, essas medidas restritivas precisarão ser mantidas, por mais alguns dias, por mais uma semana – ou mais, dependendo da taxa de ocupação dos leitos de hospitais no Estado.
Como a prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt, disse em live nesta segunda-feira ao Portal aRede, é preciso ter respeito para com o próximo. É questão sobrevivência, afinal, estamos falando de vidas.