O peso da alta dos combustíveis

O reajuste no preço da gasolina e do diesel já chegou ao consumidor. Embora a Petrobras tenha anunciado que apenas nesta sexta-feira (19) o aumento seria aplicado nas refinarias, alguns postos já aumentaram o valor do combustível, ainda pela manhã, mesmo sem receber nova carga, que chegaria com o preço mais alto. O anúncio foi de uma alta, na refinaria, de 10% na gasolina e 15% no diesel, fazendo com que os preços saltassem para R$ 2,48 na gasolina e R$ 2,58 no diesel, o que corresponde a altas de R$ 0,23 e R$ 0,34, respectivamente. No caso da gasolina, os preços subiram quase 35% em menos de dois meses – em 29 de dezembro, o preço pago pelo litro nas refinarias era de R$ 1,84.

A alta não agrada (quase) nenhum dos lados. Não é boa para quem possui veículo, para quem tem empresas do setor do transporte e nem para proprietários de postos de combustíveis. Com o preço neste patamar, a R$ 5 a gasolina comum, como chegou em Ponta Grossa, trata-se do maior valor nominal da história para o combustível na cidade no Plano Real. Para o consumidor fica mais pesado no bolso para se deslocar, e isso pode até alterar na rotina, reduzindo a utilização dos veículos. Isso impacta nos postos de combustíveis que acabam vendendo menos. Além desse fato, para os empresários também há o fato de precisar trabalhar com um capital de giro maior, o que acaba sendo desfavorável. 

Para o setor de transporte, o peso é ainda maior. Para empresas do transporte público, por exemplo, seja municipal (urbano) ou interestadual (viagem), as empresas acabam trabalhando no vermelho. E isso vai se converter em um futuro aumento mais agressivo nas tarifas. Se a empresa que atua em Ponta Grossa, a VCG, já enfrentava problemas financeiros devido à covid, que reduziu o fluxo de passageiros e o faturamento da empresa, a alta no diesel tornará ainda mais caro o valor do quilômetro rodado. 

O preço da gasolina e do diesel estão escorados no preço internacional do petróleo: se sobe, a Petrobras anuncia esse reajuste. E o preço dos combustíveis no Brasil estava, recentemente, abaixo do praticado no mercado internacional. Com essa nova alta, os valores ficaram quase equiparados com o mercado - e é nesse ponto que estão os poucos que veem como positiva a alta: os analistas de mercado