A polêmica dos decretos

Na mais aguda crise da pandemia, com índices absurdos de contaminados e mortes, os governos municipal e estadual sofrem pressão para rever os decretos restritivos. As entidades ligadas ao turismo de evento estão à frente das mobilizações, exigindo ações pontuais para reverter os prejuízos e maior flexibilização.

Desde o início da pandemia da Covid-19 no Brasil, os eventos foram paralisados, cancelados ou mesmo adiados, o que afetou a categoria de uma maneira imensurável, gerando um efeito cascata em todo o setor. E, desde março de 2020, no Paraná, os eventos estão impedidos de acontecer, tudo através de decretos do Governo do Estado, o que vem gerando preocupação e prejuízos para empresários.

A impossibilidade de realizar congressos técnicos, científicos, feiras técnicas ou de varejo e corporativos por conta do atual decreto do Governo do Estado, amplia a angústia deste setor e causa um efeito negativo econômico em cadeia nas atividades características do turismo. Este efeito cascata da paralisação de grandes acontecimentos impacta diretamente em mais de 500 setores, como hotéis, fornecedores de iluminação e som, transportes, bares, restaurantes e outros.

A Convention & Visitors Bureaux do Paraná, entidade responsável por captar e fomentar atividades, assinala que os prejuízos são enormes e eventos deste ano correm o risco de cancelamento pelas restrições. Em Ponta Grossa, somente no ano passado, mais de 15 atividades foram canceladas, gerando prejuízos de mais de R$ 300 milhões. Este montante é a soma de todos os grandes eventos com pessoas de diversas partes do Brasil, como o Agroleite e a Feira Paraná.

Os representantes das entidades agendarão um encontro com o governador Carlos Massa Ratinho Júnior, solicitando autonomia às cidades em relação aos eventos. A economia precisa reagir e empregos devem ser salvos. Mas, o enfrentamento à pandemia deve ficar acima de todos os interesses.