Editorial
As sombras de uma eleição
Da Redação | 25 de novembro de 2020 - 02:15
As eleições na pandemia também estão sendo marcadas pelo silêncio de importantes entidades ponta-grossenses, principalmente em mobilizações para incentivar a população comparecer às urnas. Não existem campanhas explícitas, assim como ocorreram em pleitos anteriores e que foram alavancadas pela Associação Comercial e Industrial, Sindicado Rural, Sociedade Rural, Ordem dos Advogados do Brasil. Igrejas e sindicatos também não encontram neste momento motivos para deflagrar qualquer iniciativa. Seria o medo da contaminação pelo coronavírus? Seria o desinteresse pelas eleições? Seria pela falta de crédito da representatividade política?
O primeiro turno das eleições foi uma lástima. O primeiro turno, que levou Mabel Canto (PSC) e Elizabeth Schmidt (PSD) à segunda fase da eleição, teve 7.830 votos em branco (4,24%) e outros 11.078 (6,01%) em votos nulos. Já a abstenção alcançou números inéditos na cidade, com 55.147 eleitores (23,02%) optando por se abster.
Na eleição de 2016, quando Marcelo Rangel buscava um novo mandato no cargo e enfrentava nomes como Aliel Machado (REDE) e Julio Küller (PMB), o número de ponta-grossense que votou branco foi de 9.161 (4,54%), enquanto outros 16.612 eleitores (8,22%) optaram pelo voto nulo. Já as abstenções somaram 27.010 (12,13%) em 2016. Rangel superou Aliel no segundo turno e se reelegeu.
Se o eleitor está pensando em não votar, anular o voto, ou votar em branco, ele precisa saber que as consequências dessa ausência podem ser desastrosas. Se o cidadão desiste de escolher quem vai administrar Ponta Grossa, alguém vai escolher no lugar dele – e não significa que gostará desta escolha.
O importante é escolher, e fiscalizar. O seu voto poderá compor uma maioria capaz de fazer melhores escolhas do que as maiorias atuais têm feito.