Editorial
Tolerância zero em PG
Da Redação | 24 de outubro de 2020 - 02:51
As cenas de selvageria registradas na madrugada desta sexta-feira (23), na Avenida München, em Ponta Grossa, reforçam a tese de que, para alguns setores da cidade, o toque de recolher deve ser permanente. Não pode existir flexibilização e nem concessões para a atividade comercial que contribuir para a geração de violência. A população é contrária. A cultura da paz deve prevalecer sobre os interesses econômicos.
Fotos e vídeos encaminhados à redação do Portal aRede e do Jornal da Manhã mostram que a Avenida München se transformou em campo de batalha em homens e mulheres e até mesmo a PM foi hostilizada. Policiais foram afrontados. A briga, iniciada dentro de um estabelecimento comercial, ganhou a calçada e chegou à rua.
Essa mesma avenida, que estava adormecida por conta do ‘toque de recolher’ implantado pela Prefeitura para evitar festas clandestinas durante a madrugada, por conta da pandemia, tem um histórico de violência. Já foi palco de vários assassinatos, o tráfico atuou fortemente neste local, brigas, entre outros tipos de delitos.
Aos olhos da sociedade fica a sensação de que a liberação de horário não traz ganho à vida noturna da cidade. Pelo contrário: a concessão e a flexibilização da atividade comercial, à noite, apenas resultam em eventos que colocam em risco a segurança de todos. E neste contexto quem fica no prejuízo são os comerciantes que se preocupam com o quesito segurança de seus frequentadores.
O toque de recolher, muito embora prejudicial à atividade comercial noturna (o setor de eventos tem muitos traumas), precisa ser validado em regiões onde os donos de estabelecimentos comerciais não garantem 100% de segurança aos clientes. É inadmissível que a PM seja acionada para apartar brigas entre marmanjos originadas por motivos fúteis ou simplesmente pela bebedeira. Tolerância zero contra esses locais.