Editorial
A crise e o desemprego
Da Redação | 02 de junho de 2020 - 03:43
Um importante levantamento do Núcleo de Economia Regional e Políticas Públicas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Nerepp-UEPG) escancara o tamanho da crise financeira, no Brasil, atingindo a região dos Campos Gerais. Basicamente são dois fatores principais, que segundo especialistas, impactam decisivamente na finança dos municípios.
O primeiro é referente à queda da demanda internacional, com efeito nas exportações, e também com a retração da disponibilidade de alguns bens intermediários importados, os quais são utilizados na produção de bens finais na região. O segundo é em relação à queda da demanda local, causada pelo isolamento social.
Responsáveis por este estudo apontam que somente em abril, o Brasil perdeu mais de 860 mil vagas de trabalho, o Paraná, 55.008 e os Campos Gerais, 2.254. São números preocupantes, sobretudo se forem comparados os índices de janeiro e fevereiro (que antecederam a Covid) quando havia uma tendência real de crescimento.
Há um evidente caos que a pandemia gerou no mercado de trabalho brasileiro. A professora Augusta Pelinski Raiher, ressalta que o ponto positivo é que, na comparação com o Paraná e o Brasil, a região ainda estava com um estoque de emprego em abril superior ao que tinha em janeiro de 2020, cenário diferente do observado no resto do país.
Com relação ao mês de abril, Ponta Grossa foi a responsável por mais de 50% dos empregos perdidos dos Campos Gerais (-1231). O estudo da UEPG ressalta que o cenário era esperado já que o município detém quase metade de todos os postos de trabalho da região. Embora seja natural, é preocupante, tendo em vista que Ponta Grossa é o centro da dinâmica econômica dos Campos Gerais, e o seu enfraquecimento representa uma perda de dinamismo para toda a região”, informa a pesquisadora.