Editorial
Um vírus chamado ‘Fake News’
Da Redação | 28 de março de 2020 - 01:34
O buzinaço realizado na tarde dessa sexta-feira (27), para
pressionar o governo municipal a abrir as lojas do comércio, não atenderá aos
seus objetivos e provavelmente ainda terá efeito contrário, pela possibilidade de
a rejeição ao governo federal aumentar verticalmente, em Ponta Grossa, por
conta da disseminação de notícias falsas – o que é crime.
Em pelo menos duas oportunidades, o protesto de ontem abusou da ‘Fake News’. Primeiro informou que o governo estadual havia decidido retomar as atividades em escolas, determinando o imediato retorno às aulas. Depois afirmou que um empresário de Ponta Grossa havia se matado por se obrigar a cumprir a quarentena, em alusão ao decreto do governo municipal que determinou o fechamento do comércio.
Duas mentiras desnecessárias faladas em ato público envolvendo dezenas de ponta-grossenses. Este tipo de estratégia apelativa é condenável por ter o único interesse de atiçar a população contra o próprio governo, instigando outros protestos ou mobilizações desnecessárias, num momento extremamente crítico.
É preciso agir com sensatez, equilíbrio e responsabilidade. A população vive um momento de angústia e medo por conta do perigoso coronavírus. Ontem, foram confirmados as duas primeiras mortes em Maringá, no Paraná. As vítimas são uma mulher de 54 anos e um homem de 84 anos. A mulher viajou neste mês e teve início dos sintomas no dia 14 de março. O homem não viajou para outras localidades e os sintomas tiveram início no dia 15 de março. Na quinta-feira (26), nesta mesma cidade, a população havia realizado um buzinaço exigindo a abertura do comércio.
Salvar vidas é imprescindível. Salvar empresas e empregos é prioridade. Mas é preciso haver equilíbrio nas ações e acima de tudo responsabilidade. Assim venceremos o vírus e a vida voltará à normalidade.