Editorial
O diálogo precisa prevalecer
Da Redação | 04 de dezembro de 2019 - 02:05
Era previsível. No ato unificado contra a reforma da Previdência
do Paraná, realizado por diferentes sindicatos, em Curitiba, faltou diálogo e
sobrou confusão. A falta de entendimento entre os manifestantes e o governo resultou
um cenário extremamente perigoso, com pessoas feridas e depredação do prédio público.
A sociedade acompanhou, de certa forma, um reprise de protestos ocorridos em
governos anteriores. Até parece que é cíclico.
A sessão plenária da Assembleia Legislativa desta
terça-feira (3) foi encerrada após invasão de manifestantes. Durante a invasão,
os servidores arrombaram as grades externas e as portas da primeira galeria que
estava fechada ao público por motivos de segurança. A invasão ao plenário só
não aconteceu graças à ação dos policiais militares, que contiveram os
invasores, que avançaram sobre a força policial arremessando pedras e lixeiras.
Os servidores estão em greve desde segunda-feira (2), contra
as mudanças da Previdência Estadual propostas pelo governador Ratinho Junior. Entre
as alterações, estão o aumento da contribuição dos servidores de 11% para 14% e
o estabelecimento de idade mínima para aposentadoria de 65 anos para homens e
de 62 anos para mulheres. O funcionalismo diz que o governador é irredutível ao
diálogo e que nesta terça-feira (3) tentou a proposição de diálogos por
diversas vezes.
Segundo a Assembleia Legislativa, a invasão de manifestantes
que protestavam contra os projetos do Poder Executivo que tratam da reforma da
previdência dos servidores públicos estaduais gerou prejuízo ao patrimônio
público da Assembleia Legislativa. Durante toda a invasão foram quebradas
portas e grades pantográficas. Uma câmera robô da TV Assembleia também foi
danificada após um manifestante pular das galerias para o Plenário da Casa.
Ainda na ação dos manifestantes foram destruídos vasos do Prédio dos Gabinetes.
O diálogo precisa prevalecer. Se a conversa não resolve, não
é a truculência que vai prosperar.