Editorial
Sobe e desce da tarifa
Da Redação | 12 de novembro de 2019 - 04:48
Embora comemore a redução no preço da passagem de R$ 4,30 para R$ 3,80, o usuário do transporte coletivo, em Ponta Grossa, ainda sonha com a prestação de serviço com mais qualidade e preço justo. O sistema ainda tem deficiências e as inovações apresentadas nos últimos anos não atendem todas as expectativas de quem o banca: o próprio cidadão.
Ontem, obedecendo a uma decisão judicial da 2ª Vara da Fazenda Pública, o município decretou que o valor da tarifa passará para R$ 3,80 já a partir desta terça-feira (12). Na prática, a decisão judicial prevê a anulação do decreto 16.425 de 2019, do prefeito Marcelo Rangel (PSDB), que havia autorizado o reajuste da tarifa do ônibus a R$ 4,30, em setembro deste ano. A decisão previa que, em caso de descumprimento das obrigações fixadas, os réus estariam sujeitos a receberem uma multa de R$ 100 mil para cada um, VCG e Prefeitura.
Essa é uma decisão provocada por uma ação na Justiça, movida pelo deputado federal Aliel Machado (PSB), e que questiona a transparência no setor. Entre as falhas apontadas e que foram acolhidas pela Justiça, estão a falta de estrutura adequada para o acompanhamento da execução contratual, sobretudo no que diz respeito à utilização de Tecnologia da Informação em Centro de Controle de Operações, pouco controle sobre capital imobilizado, além de necessárias reformas nos terminais visando à adequação às normas de acessibilidade, entre outras.
É importante ressaltar que, quando se refere ao transporte público, não se aborda somente os meios de transporte utilizados, mas de questões referentes à mobilidade urbana e à infraestrutura existente para esse transporte, como estações, terminais etc. De um modo geral, o transporte público no Brasil é considerado ruim e ineficiente, com passagens caras e ônibus frequentemente lotados, veículos em condições ruins, além do grande tempo de espera nos pontos de ônibus.