Editorial
Preservar o Alagados
Da Redação | 22 de agosto de 2019 - 02:18
Antes tarde do que nunca. Pela primeira vez, num prazo de 20 anos, os municípios de Ponta Grossa e Carambeí anunciam um plano de ação para preservar a Bacia de Alagados. Antes, este assunto era discutido por entidades e associações, sem, a intervenção o poder público. A represa faz parte do sistema de distribuição de água e de energia elétrica para as duas cidades. Ao longo dos anos o espaço apresenta constantes quedas no nível d’água, o que preocupa as autoridades em relação a uma ‘pane’ no funcionamento da Sanepar e da Copel nos próximos anos.
Estudos técnicos devem ser realizados para calcular os custos do processo de dragagem e restauração no entorno da bacia. No entanto, uma estimativa inicial é de que sejam necessários cerca de R$ 30 milhões para a revitalização.
O Alagados é formado pelas bacias dos rios Pitangui e Jotuba, que foram represadas em 1929 para gerar energia elétrica para a Companhia Prada. Somente em 1977, através de um contrato de concessão, a represa passou a fornecer água para Ponta Grossa. Atualmente, 37% da água explorada pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) sai dessa represa e o restante do Rio Pitangui. A bacia hidrográfica tem uma área de 375,7 quilômetros quadrados. Apenas 13,9% da bacia está no Município de Ponta Grossa, enquanto que Carambeí responde por 36,4% e Castro, 49,7%.
Inúmeras medidas foram tomadas ao longo dos últimos três anos pelos órgãos governamentais, entidades e comunidade, como forma de frear a degradação de Alagados e recuperar a área destruída pela ação do homem e do tempo. A transformação da bacia em Área de Proteção Ambiental (APA) é uma delas. Outra decisão importante foi a implantação, na região, do Sistema de Manutenção, Recuperação e Proteção da Reserva Florestal Legal (Sisleg) que exige um índice mínimo de 20% da cobertura florestal.