Editorial
Cruzada contra o tráfico
Da Redação | 03 de julho de 2019 - 03:51
Se por um lado os números apresentados pela Polícia Rodoviária Federal sobre a apreensão de entorpecentes nas estradas do Paraná demonstram uma efetiva ação de repressão por parte do órgão federal, por outro fica comprovado que o traficante ainda é o bandido a ser vencido pelas autoridades governamentais. A droga que entra no Paraná causa tragédias sociais, desestruturação de famílias, levando crianças e jovens para o abismo da morte ou para as prisões.
No primeiro semestre deste ano, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu a expressiva quantia de 14,9 toneladas de drogas no Paraná. Também foram apreendidas 11,8 milhões de carteiras de cigarro, 116 armas de fogo e 12,7 mil munições.
Do total de drogas apreendidas, 13,7 toneladas são de maconha; 906 quilos de cocaína; e 308 quilos, de crack. No mesmo período de 2018, a PRF havia registrado 23,3 toneladas de maconha; 3.024 quilos de cocaína; e 294 quilos de crack apreendidos. O total de 11,8 milhões de carteiras de cigarro contrabandeadas do Paraguai representa um aumento de 42,2% em relação às 8,3 milhões de carteiras recolhidas no primeiro semestre do ano passado.
É preciso mudar. A PRF, para o efetivo combate nas estradas, precisa ser melhor estruturada e com efetivo até 10 vezes maior ao atual, principalmente no Paraná, que faz fronteira com o Paraguaia. Além disso, Executivo, Legislativo e Judiciário, União, estados e municípios agem desarticuladamente e sem visão harmônica da questão das drogas. Especialistas reclamam da ausência de dados que dimensionem o problema e da falta de uma abordagem única para drogas lícitas e ilícitas.
As políticas públicas, programas e órgãos, estão desarticulados, pulverizados e não formam redes eficientes e integradas, essenciais tanto à prevenção e repressão quanto ao tratamento e reinserção social. Essa opinião é unânime entre os especialistas.