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Ame-o ou deixe-o?

É inaceitável, num país que se orgulha de seu regime democrático, presenciar um deputado eleito renunciar a seu mandato por causa de ameaças

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Pode-se até discordar do posicionamento de determinado político. É possível não concordar com as bandeiras por ele defendidas ou com seu discurso. É aceitável até mesmo ‘torcer’ para que ele não seja eleito na próxima disputa e que ele e seu partido percam a representatividade. Agora o que é inaceitável num país que se orgulha de seu regime democrático é presenciar um deputado eleito renunciar a seu mandato por causa de ameaças.

É claro que tudo ainda é passível de investigação e os responsáveis pelas ameaças ao deputado federal Jean Wyllis, do Psol, deverão ser identificados e punidos. O que preocupa é ver um parlamentar brasileiro ter que desistir de representar o povo e seus eleitores porque está com medo de sua integridade física, de sua vida. Essa cenas – inadmissível em qualquer nação minimamente civilizada – são mais comuns em cenários de ditadura ou de governos autoritários, como alguns países asiáticos ou da América Central e até mesmo na Venezuela.

Agora, ver um deputado brasileiro renunciar ao mandato por causa de ameaças é mais do que revoltante, é preocupante. Não importa o posicionamento político ou os ideais defendidos: a ameaça a um político é uma ameaça à democracia como um todo. Já temos um caso de execução de uma vereadora carioca, do mesmo partido de Wyllis, que foi executada ao lado de seu motorista – crime que ainda não foi 100% esclarecido pelas autoridades. Além disso, há mais uma infinidade de casos pelo interior do país de políticos ameaçados, agredidos e até mortos.

Não importa se seu partido é azul, vermelho, verde ou amarelo. Antes de mais nada, é fundamental defender a democracia e o direito de que todo aquele que for escolhido tenha condições de representar seus eleitores. Qualquer ato que fuja disso deve ser combatido. É a imposição à força de apenas um lado da moeda. E isso não é democracia.

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