Editorial
Indústria busca a recuperação
Da Redação | 11 de julho de 2018 - 02:43
Com o impacto em todos os setores da sociedade, a greve dos
caminhoneiros provocou significativos estragos no setor industrial de Ponta
Grossa, do Paraná e do Brasil. Em maio, todos os indicadores industriais do
período tiveram variação negativa. A produção caiu drasticamente e o número de
trabalhadores demitidos atingiu índices enormes.
Reportagem do portal aRede e do Jornal da Manhã mostra que o
desabastecimento causado pela paralisação dos serviços de transporte afetou
significativamente o desempenho da indústria. Todos os indicadores registraram
queda em maio, algumas bastante expressivas. O faturamento médio real recuou
16,7% em maio em comparação a abril. Frente ao mesmo mês de 2017, o recuo foi
de 13,8%. A Utilização da Capacidade Instalada ficou em 75,9%, uma queda de 2,2
pontos percentuais na comparação com abril. É o menor percentual mensal desde
2003.
Transpondo os dados para o Paraná as quedas também são
significativas, conforme aponta análise da Fiep. Os indicadores paranaenses são
melhores que a média brasileira, mas também sofreram queda. As vendas
industriais apresentaram redução de 15,17% em comparação a abril. A utilização
da capacidade instalada recuou um ponto percentual, situando-se em 69%.
Alguns indicadores industriais vinham se recuperando, ainda
que de forma lenta, nos primeiros meses do ano. E a paralisação dos transportes
interrompeu este movimento de recuperação. O cenário econômico e político do
país também não contribui para a plena recuperação. A situação econômica e
política, provocada pela dificuldade de aprovação das reformas e das medidas
necessárias para a retomada do crescimento do país, afastam investimentos.
O emprego industrial em todo o País recuou 0,6% em maio na
comparação com abril, na série dessazonalizada. A queda é a primeira após sete
meses de moderado crescimento e reverte todo o crescimento registrado em 2018.
Na comparação com maio de 2017, o emprego aumenta 0,6%. Já na comparação dos
cinco primeiros meses deste ano com os mesmos meses do ano passado, esse
crescimento é de 0,5%. No Paraná, a queda foi de 0,36%. Além do faturamento e
do nível de emprego, outros indicadores também recuaram, como as horas
trabalhadas, a massa salarial e o nível de utilização da capacidade instalada.