Dinheiro
Malha ferroviária do PR fomenta aportes da Bunge e Cargill
Fernando Rogala | 15 de janeiro de 2022 - 02:11
Multinacionais realizaram investimentos para ampliar a capacidade de armazenamento. Soja é transportada de Cascavel para Ponta Grossa por linha férrea
A movimentação de grãos pelo modal ferroviário, realizado
pela Ferroeste, contribuiu para a viabilização de investimentos das indústrias
Bunge e Cargill, que possuem unidades fabris em Ponta Grossa, para ampliar sua
capacidade de armazenamento e o transporte de grãos para a cidade. A informação
consta no Estudo de Viabilidade Técnico-Operacional, Econômico Financeira,
Ambiental e Jurídico da Nova Ferroeste (EVTEA-J), publicado recentemente.
Neste documento, no capítulo que traz o ‘Levantamento da
Oferta de Transporte’, há o detalhamento da movimentação realizada pela
empresa, entre Cascavel e Guarapuava – e entre Guarapuava e Ponta Grossa, onde
a Ferroeste utiliza a malha da Rumo. Neste trecho, são listadas inúmeras empresas
que utilizam o ramal, e mencionam investimentos recentes realizados por essas
empresas.
Entre as indústrias mencionadas estão as gigantes moageiras,
a Cargill e a Bunge, multinacionais que atuam em Ponta Grossa a anos, em
plantas fabris que contribuíram para Ponta Grossa ganhar a alcunha de capital
mundial da soja, por ser um dos maiores centros de processamento deste grão no
mundo, após ganhar três grandes indústrias do setor na década de 1970 – além da
Cargill, a Sanbra (hoje Bunge) e a Coimbra (Louis Dreyfus). Ambas as fábricas
possuem linhas férreas em suas áreas, para receber insumos e despachar os
produtos processados.
No caso da Cargill, segundo a publicação, com o objetivo de
ampliar a participação ferroviária na transferência de soja em grãos de
Cascavel para sua fábrica em Ponta Grossa, fez os investimentos necessários
para instalação de quatro novos silos, totalizando uma capacidade de 40 mil
toneladas de armazenamento.
Já no caso da Bunge, a empresa possui uma estação de
transbordo em Cascavel. No pátio desta unidade, a multinacional construiu um silo
graneleiro com capacidade de 76 mil toneladas, além de construir dois silos
pulmões, de 5 toneladas de capacidade, cada, “otimizando a movimentação da soja
em grão da região Oeste do Paraná para sua indústria de moagem em Ponta Grossa”,
informa a publicação.
Nestas plantas em Ponta Grossa, há a moagem da soja, e disso
resulta tanto o óleo de soja, quanto o farelo. Ambos os produtos também são
destinados à exportação e têm grande participação no mercado exterior do
município. Pelo fato de que essas unidades possuem linhas férreas em seus
domínios, o modal é utilizado para destinar os produtos processados para a
exportação.
Ponta Grossa tem grande fluxo de importação
Ponta Grossa é um dos principais destinos do transporte ferroviário
no Estado. Além desse exemplo das duas multinacionais moageiras, Ponta Grossa
possui a maior capacidade de armazenagem de graneleiros e silos do Paraná – a cidade
possui uma das maiores unidades da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)
do Brasil. Além disso, no sentido inverso, de importação, o EVTEA aponta que “no
sentido litoral-interior (importação), Paranaguá, Ponta Grossa e Curitiba são
os principais polos geradores de carga para a Nova Ferroeste”.