Dinheiro
VBP de PG cresce 10,89% e atinge R$ 606 milhões
<b>Crescimento da soma das riquezas geradas no município foi superior ao dobro da média estadual</b>
Fernando Rogala | 27 de junho de 2019 - 03:29
Crescimento da soma das riquezas geradas no município foi superior ao dobro da média estadual
O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do município de
Ponta Grossa foi destaque em âmbito regional e estadual. Com um crescimento
médio de 10,89%, a soma de todas as riquezas produzidas no campo na cidade
atingiu a marca de R$ 606,1 milhões, contra os R$ 546,5 milhões de 2017. A
evolução foi acima do dobro da média estadual, que cresceu 5,01% nominais, ao
passar de R$ 85,3 bilhões em 2017 para R$ 89,59 bilhões em 2018. Já a região
dos Campos Gerais apresentou um incremento médio de 4,41%. Os números foram
divulgados oficialmente nesta quarta-feira pelo Governo do Paraná, através da Secretaria
de Estado da Agricultura e Abastecimento (SEAB).
Esse crescimento em Ponta Grossa foi não apenas nominal, mas
também real, acima da inflação, o quarto maior crescimento da regional. Nos Campos
Gerais, os maiores crescimentos observados foram em Imbaú (93,76%) e Telêmaco
Borba (65,53%), município muito ligados à produção madeireira, cujo ciclo de
produção é bastante superior ao da agricultura, e há grande variação de
plantação e corte entre os anos. Depois, na terceira posição, apareceu Sengés,
onde a variação foi de 12,84%, seguida por Ponta Grossa e Piraí do Sul, esta
última com elevação de 10,53%.
Castro foi a cidade que mais gerou riquezas no campo na
região, seguida por Tibagi e Carambeí. Em Ponta Grossa, o principal produto
produzido, que corresponde a cerca de 50% do VPB, é a soja. Justamente esse
grão foi o maior gerador de riquezas do Estado, correspondendo a 24,9% do VBP
estadual, com um faturamento bruto total de R$ 22,3 bilhões após a
comercialização da safra 2017/18. Esse resultado representa um aumento de 9%
sobre o período anterior, de R$ 20,4 bilhões.
Norberto Ortigara, secretário de Estado de Agricultura e
Abastecimento, explica que esta é uma a versão inicial do VBP, que representa um
conjunto com cerca de 350 itens que a agropecuária paranaense produz, que
resultou em valor um pouco acima da inflação média do Brasil no ano passado. “Em
termos reais, perdemos um pouco, mas o resultado apresenta um bom valor vindo
do campo”, disse. Segundo ele, a safra de grãos do ano passado não foi tão boa
quanto a anterior (2016/2017), que foi excepcional, mas mostra em cada
município, para cada atividade agrícola, uma mensuração desse valor.
Com a correção da inflação, o VBP passa a ter uma redução de
3% em relação ao ano anterior, calculou o diretor do Departamento de Economia
Rural (Deral), Salatiel Turra. Segundo ele, as quatro principais cadeias de
alimentos no Paraná (soja, frango, milho e leite) correspondem mais da metade
do VBP do Estado.
Soja e frango destacam-se no Paraná
Depois da soja, outro produto que se destacou em âmbito
estadual na agricultura foi o milho. A primeira e segunda safra plantadas desse
grão no Paraná tiveram uma participação de 6,7% no VBP de 2018, com um valor de
R$ 6,02 bilhões. Na pecuária, o Deral constatou redução no número de
abates frangos, mas o VBP alcançou a marca de R$ 14,43 bilhões, um aumento de 10%, em
valores nominais, sobre o VBP do ano anterior que foi de R$ 13,06 bilhões.
Também no ramo pecuário, o faturamento bruto da produção foi de R$ 5,9 bilhões.
Os produtos florestais passaram de R$ 3,9 bilhões em 2017 para R$ 4,4 bilhões
em 2018; e o faturamento bruto dos produtores foi de R$ 3,34 bilhões, uma
alta de 9% sobre o ano anterior.
O município de Castro, na região dos Campos Gerais, cresceu uma
posição em relação a 2017 no ranking do Paraná. Com R$ 1,57 bilhão gerados em
2018, destacou-se na segunda posição do ranking estadual, superando Cascavel,
que fechou o período com um VBP de R$ 1,53 bilhão. O líder estadual mais uma
vez foi Toledo, onde o Valor Bruto alcançou o montante de 2,21 bilhões, que
também cresceu em relação aos R$ 2,16 bilhões registrados em 2017. Na lista do ‘top
10’ do PIB paranaense está Tibagi, também nos Campos Gerais, na décima
colocação, com R$ 901 milhões em riquezas geradas – valor que caiu em relação
aos R$ 935 milhões do ano anterior.
Castro tem grande destaque estadual não apenas pela terceira maior extensão territorial do município no Paraná, mas principalmente pela grande variedade de atuação, com grande valor agregado. O detalhamento por produtos de 2018 ainda não foi divulgado, mas o leite se destaca, pelo valor agregado, e o fato de Castro ser o município que mais produz leite no país. Em 2017, por exemplo, ele gerou R$ 348,4 milhões em riquezas. Depois, apareceu a soja, com R$ 295 milhões. O município também tem alta produção de aves e de suínos, bem como de silagem e feijão.
O quarto município que mais produziu riquezas no campo foi
Marechal Cândido Rondon, que também se destaca pela variedade de produtos, com
alta produção de frango, suínos, leite e soja. Depois, aparecem Guarapuava,
Santa Helena, Assis Chateaubriand, Dois Vizinhos e Palotina. Tibagi, na décima
colocação, destaca-se principalmente pela produção de soja.