Dinheiro
Restaurantes e hotéis de PG podem suspender atividades por falta de gás
Movimento intenso nesta quarta-feira fez o gás acabar em Ponta Grossa. Estabelecimentos podem não abrir nos próximos dias
Fernando Rogala | 25 de maio de 2018 - 03:09
Quem não tem um botijão extra de gás para a utilização doméstica, na cozinha, poderá ficar sem como utilizar o fogão para cozinhar, caso o atual acabe. Todo o estoque existente de gás no município de Ponta Grossa e na região dos Campos Gerais já acabou. A confirmação é da presidente do Sindicato das Empresas de Atacado e Varejo de Gás Liquefeito de Petróleo (Sinegas), Sandra Ruiz. E isso pode trazer reflexos diretos em setores do comércio e de serviços em Ponta Grossa e região: sem esse combustível, restaurantes e hotéis já buscam alternativas e eventualmente podem ficar sem prestar atendimento ao público nos próximos dias.
Conforme explicou Sandra ao Portal aRede, o gás acabou já nesta quarta-feira não só apenas cidade, mas em quase todas as cidades paranaenses. O motivo é que as revendas não trabalham com grande estoque de GLP em lugar nenhum. “O gás não consegue chegar em Ponta Grossa desde segunda. E como o estoque é de dois dias nas revendas, não há gás”, disse. Segundo explicou Sandra, não há o que fazer, já que o ponto de abastecimento de todo o estado é Araucária, e todos os caminhões estão sendo parados nos diversos pontos de bloqueio no trecho.
Na revenda Top Gás, por exemplo, localizada na Avenida Visconde de Mauá, o movimento foi bastante intenso nesta quarta-feira, que levou a esgotar o produto. “Na verdade sobrou 4 ou 5 botijões na noite de quarta-feira, mas que foram vendidos bem cedo, logo que abriu”, afirmou o diretor da empresa, Miguel Angelo Dorigon Camlofski. Segundo ele o movimento triplicou, e que as vendas cresceram cerca de 200% em relação a um dia “normal” de vendas. Se não houvesse a ‘correria’ nestes dois últimos dias, a estimativa é que o estoque deveria dar até sexta-feira ou sábado.
Daniel Wagner, presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares dos Campos Gerais, reconheceu que há o risco de alguns estabelecimentos desses ramos interromperem seu funcionamento em breve. Ainda não chegou até seu conhecimento o fechamento de alguma empresa do ramo. “Há esse risco. E não apenas restaurantes, mas também os hotéis, já que o gás é utilizado para o banho dos hóspedes. Estamos todos em fase de racionamento, conscientização e buscando alternativas para isso. Porém, como o gás não chega, está parando tudo, e estamos todos correndo o risco”, destacou, lembrando que todos os setores estão pagando o preço das mobilizações com prejuízos, porém na esperança que, em médio prazo, os frutos sejam colhidos.
Lojas de Carambeí fecham as portas em apoio a greve
Dezenas de lojistas do município de Carambeí, na região dos Campos Gerais, irão se juntar aos protestos dos caminhoneiros e fechar as portas nesta sexta-feira. A informação foi repassada pelo presidente da Associação Comercial e Empresarial de Carambeí, Fabricio de Oliveira Machado. De acordo com ele algumas lojas já interromperam suas operações por cerca de uma hora na quarta-feira, mas agora a mobilização será mais forte, com mais adesões, cerca de 30, e por mais tempo.
“O pessoal está mobilizado para dar apoio às manifestações. Participarão associados e não associados. Eles têm um grupo e se comunicam pelo Whats”, explicou Machado. De acordo com ele, os empresários se reunirão às 9h na Churrascaria Lugano, ao lado do Posto Contorno, e seguiriam a pé até a mobilização. Eles reabrirão as portas apenas após o almoço. “E são lojistas de todos os setores, inclusive restaurantes e lanchonetes”, completou