Dinheiro
Vendas do comércio de PG ficam estáveis em 2017
Números revelados pela Fecomércio nesta quinta-feira mostram reação após três anos de retração entre 2% e 5% na cidade
Fernando Rogala | 16 de fevereiro de 2018 - 03:16
As vendas do comércio varejista reagiram em dezembro e mantiveram em uma média estável o faturamento dos empresários no acumulado do ano em Ponta Grossa. Na comparação com dezembro de 2016, as vendas do último mês do ano passado apresentaram um incremento de 3,36%. Com isso, impactaram no acumulado do ano, fazendo com que as vendas de janeiro a dezembro registrassem uma leve queda, de 0,3%, na comparação com 2016. Esse valor se aproximou da média estadual, já que no Estado houve um pequeno incremento, de 0,5% na comparação anual. Os números foram revelados nesta quinta-feira (15) na Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR).
Entre as seis regiões paranaenses pesquisadas, o melhor
desempenho foi da região Oeste, onde foi registrada uma alta de 1,95%. Por
outro lado o resultado mais negativo foi observado em Maringá, cuja queda foi
de 5,53%. A maior região consumidora do Paraná, que é a capital Curitiba e sua
região metropolitana fechou o ano com um aumento de 0,96% nas vendas. “Podemos
dizer que as vendas ficaram estáveis em Ponta Grossa em 2017, porque não
chegamos nem a meio por cento de queda, o que é um bom sinal, pois mostra que a
economia está voltando a se recuperar”, avalia o presidente do Sindicato do
Comércio Varejista de Ponta Grossa e Região (Sindilojas PG), José Loureiro
Neto.
Ele lembra que o ano começou com seguidas quedas, mas que
houve a recuperação. As liberação dos valores das contas inativas do FGTS
contribuíram, assim como a geração de novas vagas no mercado de trabalho
ponta-grossense foram fundamentais para o resultado – pesquisa do Caged aponta
que Ponta Grossa esteve no ranking das 50 cidades que mais geraram novas vagas
de emprego no país, totalizando mais de mil. “Tivemos um ano retraído de
vendas, e nessa época de fim de ano as pessoas usam o décimo terceiro salário e
entram no clima do Natal. Com isso, tivemos uma alta dentro daquilo que
esperávamos, entre 3% e 5% nas vendas em dezembro, na comparação com 2016”,
completa, lembrando que as lojas voltaram a fazer crediário e facilitaram os
parcelamentos.
Pela pesquisa, entre os 12 setores do comércio, cinco deles
apresentaram crescimento nas vendas, três apresentaram retração de até 1%, e
outras quatro com queda acima da casa dos 3%. Lojas de departamentos lideraram
o crescimento nas vendas, na casa de 25%, seguida pelas lojas de calçados, com
alta de 9,6% e as lojas de materiais de construção, cujo incremento foi de
8,5%. Por outro lado, a maior queda foi do setor de combustíveis, de 10,4%,
muito próximo da média estadual, de queda de 9,7%. O setor de óticas, cine foto
e som teve baixa de 6,7% e as farmácias de 5,9%.
Construção civil contribuiu para a reação do comércio
Além do setor de lojas de departamentos, que elevou as
vendas em um quarto, a construção civil trouxe grande impacto nas vendas
locais. “Quando o setor de materiais de construção vai bem, tudo vai bem, por
movimentar a mão de obra”, lembra Loureiro. No Estado do Paraná, Ponta Grossa
teve o maior incremento nas vendas de materiais de construção entre as seis
regiões avaliadas, na casa dos 8,5%, distante de média estadual, de queda de
1,8%.
O gerente do Balaroti Uvaranas, loja relacionada ao setor,
confirma que houve um crescimento nas vendas entre 8% e 10% na cidade, e
atribui ao grande desenvolvimento de obras na cidade. “Isso ocorre devido ao
crescimento da construção civil na cidade, em residenciais novos, que
impulsiona os construtores e clientes a comprarem mais”, assegura Igor Bruno. E
acredita que essa mesma média será mantida para 2018.
Resultados Passados
No Paraná, o varejo paranaense fechou o ano com aumento de
0,54% nas vendas. Ainda que tímida, essa elevação de faturamento interrompe a
sequência de perdas por dois anos consecutivos. Em 2016 o volume de vendas
havia caído 3,08% e em 2015 a baixa foi de 8,79%. Em Ponta Grossa é a quarta
baixa seguida, já que as vendas caíram 2,31% em 2016, retraíram 5,4% em 2015 e
baixaram 5,7% em 2014.
Setor |
Ponta Grossa |
Paraná |
Lojas de departamentos |
25,49% |
13,95% |
Calçados |
9,60% |
6,95% |
Mat. de construção |
8,52% |
-1,82% |
Auto peças |
8,49% |
-8,66% |
Vestuário e tecidos |
2,24% |
-2,33% |
Livraria e papelaria |
-0,77% |
-7,87% |
Concessionárias de veículos |
-0,97% |
6,25% |
Supermercados |
-1,19% |
0,76% |
Moveis, decor. e utilid. dom. |
-3,08% |
22,77% |
Farmácias |
-5,98% |
-2,06% |
Óticas, cine-foto-som |
-6,70% |
-2,20% |
Combustíveis |
-10,41% |
-9,73% |
Total |
-0,32% |
0,54% |