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Feliz 2022, Brasil!

O que desejar ao Brasil e aos brasileiros em 2022?

Em primeiro lugar, que superemos a pandemia e tudo o que ela nos impôs nos últimos dois anos: medo, reclusão, perdas, luto, angústias, recessão, desemprego, açodamentos, discórdias... Que, após a pandemia, aprendamos a enfrentar crises com serenidade e sabedoria. Dons que nos serão necessários em futuros enfrentamentos.

Que os ensinamentos da pandemia nos façam ver o que significa o negacionismo: o escárnio da realidade, da verdade, da compreensão, reveladas pelo saber alcançado pela humanidade. Que deixemos de negar quem somos, de onde viemos, onde estamos, com quem estamos, aonde vamos. Que abandonemos as convicções vazias e espúrias. Que nos tornemos capazes de olhar para o mundo fora de nós mesmos. Que nos encantemos com a diversidade, a novidade edificante. Negar o negacionismo será o dizer sim para a tolerância, o diálogo, a humildade para reconhecer que todos estamos nos construindo, uns com os outros. E que aceitemos que a ciência é sempre a melhor aproximação que temos da realidade, a soma milenar dos esforços para elucidar. E que o saber é sempre incompleto, provisório. Estamos sempre aprendendo.

O negacionismo é irmão da irracionalidade, da mentira e do ódio. Eles andam de mãos dadas. Se não formos capazes de enxergar além de nossas crenças, não seremos capazes de discernir entre o real e o inventado, nem de aceitar as percepções de mundo que diferem da nossa. E não toleraríamos quem pensa diferente das nossas esquisitices. Se irracionais e odientos, estaríamos negando as maiores bênçãos que a providência e a evolução natural nos concederam: a razão e a compaixão.

Que ultrapassemos o estágio de fascínio com as novas tecnologias. Que tenhamos discernimento de ver que elas podem nos aproximar ou nos alienar; nos libertar ou nos escravizar; nos enternecer ou nos embrutecer; nos esclarecer ou nos manipular. Que as tecnologias sempre estejam a nosso serviço, e não nós delas a mercê. Que nunca sejamos transformados em deslumbrados, hipnotizados e cegos consumidores de coisas e enganosas convicções.

 Que logremos ver e nos comover com o milagre da natureza e da vida. Uma fantástica combinação de virtudes faz a Terra ser um planeta povoado por uma miríade de espécies, que se multiplicam, evoluem, interagem. Que esse milagre seja reconhecido, venerado e protegido pela mais ameaçadora e promissora dessas espécies: o ser humano.

Que as eleições de 2022 sejam uma oportunidade de exercitar a ética, a solidariedade, a amorosidade, a esperança. Se formos bem sucedidos neste exercício, enfim poderemos deixar de ser o país do futuro, e tornarmo-nos uma grande nação. Estaríamos então fazendo jus a duas dádivas que nos distinguem na Terra: a riqueza natural de nosso país e a mestiçagem de povos e raças que aqui sucedeu.

Que o Brasil se torne uma nação soberana, e o brasileiro um povo íntegro, liberto e feliz, identificado com a grandeza de sua pátria.

Mário Sérgio de Melo é Geólogo, professor aposentado do Departamento de Geociências da UEPG

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